O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), justificou a decretação de prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques alegando risco de obstrução à investigação.
Em sua decisão, Moraes ressalta que a Polícia Federal (PF) relatou que duas testemunhas “aparentemente faltaram com a verdade” em seus depoimentos, e que isso pode ter ocorrido devido a um “temor reverencial” em relação ao ex-diretor-geral. O ministro escreve que se Silvinei continuasse solto “teria poder de influenciar no depoimento de eventuais testemunhas”.
As testemunhas que teriam mentido são Naralúcia Leite Dias, ex-chefe do Serviço de Análise de Inteligência, e Adiel Pereira Alcântara, ex-coordenador de Análise de Inteligência.
“A Polícia Federal, inclusive, aponta a ocorrência de prejuízo à instrução criminal, em virtude dessa situação de Silvinei Vasques, por pelo menos uma vez, relativamente a Naralúcia Leite Dias (então Chefe do Serviço de Análise de Inteligência da PRF) e Adiel Pereira Alcântara (então Coordenador de Análise de Inteligência da PRF), que aparentemente faltaram com a verdade ao prestar depoimento, conforme já relatado, indicando a presença de temor reverencial em relação à pessoa de Silvinei Vasques, a comprovar que, em liberdade, teria poder de influenciar no depoimento de eventuais testemunhas”, escreveu Moraes.
O ministro também afirmou que as condutas imputadas a Silvinei são “gravíssimas” e que as provas apresentadas justificam a prisão preventiva. Além disso, também destacou que as diligências sugeridas são “imprescindíveis para a completa apuração” dos fatos.
“As condutas imputadas a Silvinei Vasques são gravíssimas e as provas apresentadas, bem como as novas diligências indicadas pela Polícia Federal como imprescindíveis para a completa apuração das condutas ilícitas investigadas, comprovam a necessidade da custódia preventiva para a conveniência da instrução criminal”, declarou.
A PF solicitou a prisão preventiva de Silvinei e a realização de busca e apreensão em sua casa. Ao comentar o pedido, a Procuradoria-Geral da República (PGR) concordou apenas com a busca. Moraes, contudo, seguiu o pedido original da PF.
Com informações do GLOBO.
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