MBL e Arthur do Val falsificaram acusação de pedofilia contra o padre Julio Lancellotti

O MBL e a equipe do ex-deputado estadual Arthur do Val tentaram fabricar “provas” para acusar o padre Julio Lancellotti por pedofilia. O caso foi denunciado por dois ex-militantes do Movimento Brasil Livre e revelado pela revista Piauí. Segundo o engenheiro Fernando Dainese e o relações-públicas Lucas Studart, um assessor parlamentar de Arthur do Val,…

O MBL e a equipe do ex-deputado estadual Arthur do Val tentaram fabricar “provas” para acusar o padre Julio Lancellotti por pedofilia. O caso foi denunciado por dois ex-militantes do Movimento Brasil Livre e revelado pela revista Piauí.

Segundo o engenheiro Fernando Dainese e o relações-públicas Lucas Studart, um assessor parlamentar de Arthur do Val, chamado Guto Zacarias, criou um perfil falso no Facebook para forjar supostas “provas” e acusar o padre de pedofilia. 

Zacarias tinha 21 anos na época, em 2020, e criou o personagem de Matheus Rocha Nunes, que teria 16 anos, para trocar mensagens com um suposto perfil de Julio Lancellotti. O padre nega que tenha trocado as mensagens e o advogado dele, Luiz Eduardo Greenhalgh, também afirmou à Piauí que todo o conteúdo foi manipulado.

Segundo a reportagem, e a denúncia de Dainese e Studart, a tentativa de denunciar Julio Lancellotti seria uma forma de impulsionar a campanha de Arthur no Val. Em diversas ocasiões, o ex-deputado ofendeu o padre e chegou a chamá-lo de “cafetão da miséria”. Em entrevistas, afirmou que iria “desmascarar” o padre. 

Arthur do Val perdeu o mandato por ter cometido ofensas machistas e sexistas contra as mulheres ucranianas.

Do Val chegou a fazer posts chamando padre Julio de “deplorável” e dizendo que Lancellotti era “uma das maiores farsas do Brasil”. As publicações foram feitas em 15 de setembro, um dia depois da última troca de mensagens entre Matheus Rocha Nunes, isto é, Guto Zacarias, e o perfil que seria do padre. 

No dia 13 de outubro, o ex-deputado fez a denúncia contra Julio Lancellotti por meio de um vídeo, acusando o padre de pedofilia. Do Val levou o material para o Ministério Público. 

Fernando Dainese e Lucas Studart afirmam que a estratégia foi pensada por Renan Santos, fundador do MBL. Guto Zacarias foi chamado pelos dois de “ferramenta” de Renan. O jovem confirmou que o perfil era falso, mas negou ter sido o criador. 

A denúncia de Arthur do Val contra o padre Julio Lancellotti foi arquivada por “falta de materialidade”, em 2021. 

Dainese e Studart deixaram o MBL em dezembro de 2020. Eles afirmaram que estavam decepcionados com as estratégias do grupo. Dainese ainda esperava que tivesse um cargo no gabinete do vereador Rubinho Nunes, mas nunca foi nomeado.

Fernando Dainese trabalha hoje na assessoria de imprensa da Secretaria de Turismo do governo do estado do Rio de Janeiro. Recentemente, invadiu um evento da chapa de Lula e Geraldo Alckmin em um hotel em São Paulo, ao lado do militante bolsonarista Caique Matos.

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