A Prefeitura do Rio de Janeiro vai extinguir, a partir de 2026, a entrega de resultados de exames em papel na rede municipal de saúde. Laudos laboratoriais e de imagem — como radiografias, ultrassonografias, tomografias e ressonâncias magnéticas — passarão a circular exclusivamente em formato eletrônico, assim como documentos clínicos e administrativos, informa o g1.
A medida está explicitada na Resolução nº 6641 da Secretaria Municipal de Saúde (SMS-Rio), publicada em 12 de dezembro. A norma oficializa o fim das impressões de exames nas unidades do SUS carioca e estabelece que todo o fluxo documental deverá ocorrer de forma digital.
Segundo a SMS-Rio, a iniciativa tem como objetivo modernizar os processos internos, reduzir custos operacionais e fortalecer ações de sustentabilidade. A economia estimada é de cerca de R$ 2 milhões por ano, considerando despesas com papel, impressão, armazenamento e transporte de documentos.
Digitalização já vinha sendo ampliada
A transição para o formato totalmente eletrônico não ocorre de forma abrupta. Nos últimos anos, a rede municipal de saúde ampliou gradualmente a digitalização de seus serviços. Atualmente, 100% das unidades já operam com prontuário eletrônico, com computadores e acesso à internet disponíveis para os profissionais.
Entre as principais iniciativas que pavimentaram essa mudança está a plataforma Minhasaúde.rio, lançada em 2021 na versão web e, em 2022, como aplicativo. O sistema permite que os usuários agendem consultas nas Clínicas da Família, consultem a carteira de vacinação e tenham acesso a dados clínicos pessoais.
Outro avanço importante foi a implantação do Histórico Clínico Integrado (HCI), em 2024. A ferramenta, expandida para toda a rede em 2025, reúne informações dos últimos cinco anos de atendimento e elimina a necessidade de o paciente levar exames físicos às consultas.
Segurança de dados e LGPD
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, destacou que a medida acompanha a evolução tecnológica da área e reforçou o compromisso da prefeitura com a segurança da informação e a proteção de dados pessoais.
“A tecnologia já faz parte da rotina da saúde. Não faz sentido manter um formato que pode ser substituído com mais eficiência pelo digital. Seguiremos garantindo a segurança cibernética e o cumprimento da LGPD. É mais um passo na modernização da nossa rede”, afirmou o secretário.
Com a nova resolução, fax, fotocópias e documentos em papel deixam de ter validade caso não estejam devidamente registrados nos sistemas eletrônicos oficiais. A tramitação de arquivos passará a ocorrer apenas por canais institucionais internos, como e-mails corporativos e grupos oficiais em aplicativos de mensagens.
A Secretaria Municipal de Saúde informou ainda que documentos pessoais impressos que eventualmente permaneçam nas unidades de saúde serão devolvidos aos responsáveis legais, reforçando a transição definitiva para o ambiente digital na rede pública municipal.






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