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Polícia do Paraguai entrega ex-diretor da PRF às autoridades brasileiras

Silvinei Vasques foi preso em Assunção ao tentar fugir para El Salvador e será transferido para Brasília

A Polícia Nacional do Paraguai entregou, na noite desta sexta-feira (26), o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques às autoridades brasileiras. A transferência ocorreu na fronteira entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu (PR), na Ponte da Amizade, onde ele passou a ficar sob custódia da Polícia Federal (PF).

Vasques foi preso horas antes, no Aeroporto Internacional de Assunção, ao tentar embarcar em um voo com destino a El Salvador, utilizando documentos paraguaios falsos. Ele será levado para Brasília, onde deverá cumprir determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

O ex -diretor da PRF chegou à aduana — órgão do governo responsável por controlar a entrada e saída de mercadorias, veículos e pessoas — algemado e com a cabeça coberta por um capuz. O procedimento é usado pela polícia do Paraguai nos casos de expulsão do país. 

Diferente de um processo de extradição, que pode levar meses, Silvinei foi expulso do Paraguai. A decisão foi baseada em dois crimes migratórios cometidos no país vizinho: entrada irregular em território paraguaio e uso de identidade falsa. Como não havia mandado de prisão contra ele especificamente no Paraguai ou alerta vermelho da Interpol no momento da abordagem, a expulsão administrativa foi o caminho mais rápido para devolvê-lo à justiça brasileira.

Fuga planejada na véspera de Natal

De acordo com a Polícia Federal, o plano de fuga foi meticulosamente executado. Condenado há 10 dias pelo STF a 24 anos e seis meses de prisão por envolvimento na trama golpista de 2022, Silvinei cumpria prisão domiciliar em São José (SC).

Imagens de câmeras de segurança mostram que ele deixou o condomínio às 19h22 do dia 24 de dezembro, véspera de Natal. Ele carregou um veículo alugado com bolsas, ração e tapetes higiênicos, embarcando com seu cachorro da raça pitbull. Pouco tempo depois, ele rompeu a tornozeleira eletrônica. A polícia penal chegou a ir à residência de Vasques apenas 50 minutos após sua saída, mas o imóvel já estava vazio. O equipamento violado não foi localizado.

A PF aponta que o plano de fuga envolveu o uso de identidade e um passaporte paraguaios válidos, emitidos em nome de Julio Eduardo Baez Fernandez, nascido em 1981, em Ciudad del Este. No momento da prisão, Vasques também carregava uma carta em espanhol em que afirmava estar em tratamento contra um suposto câncer no cérebro, alegação usada para justificar a viagem.

Tentativa de fuga para El Salvador envolveu uso de documentos paraguaios | Reprodução / Polícia do Paraguai

Prisão preventiva

Após a confirmação da fuga, o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no STF, converteu a situação de Silvinei em prisão preventiva. Moraes destacou que as diligências da PF comprovaram a “efetivação da fuga” e o descumprimento das medidas cautelares.

Silvinei Vasques foi condenado por integrar o núcleo da organização criminosa que utilizou a estrutura da PRF para dificultar o deslocamento de eleitores, principalmente na região Nordeste, durante o segundo turno das eleições presidenciais de 2022.

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