Está pronto o cenário para o maior Rock in Rio da história: saiba tudo na revista Rio Já, aqui

Toda a estrutura já foi erguida para a maior edição do Rock in Rio. Serão muitos palcos, muitas bandas, algo como 560 horas de música.  O evento já está com sua estrutura armada dentro da Cidade do Rock.  Veja abaixo as reportagens da revista Rio Já sobre o Rock in Rio e o PDF com…

Toda a estrutura já foi erguida para a maior edição do Rock in Rio.

Serão muitos palcos, muitas bandas, algo como 560 horas de música. 

O evento já está com sua estrutura armada dentro da Cidade do Rock. 

Veja abaixo as reportagens da revista Rio Já sobre o Rock in Rio e o PDF com a versão impressa.

A capa da revista:

No link, a versão impressa da revista na íntegra:

www.rioja.com.br

A seguir, os textos de apresentação:

Um país em busca da alegria e da razão

Ricardo Bruno

As manifestações culturais de massa são quase sempre expressão de sentimentos indômitos da alma. Não há como controlá-las, domesticá-las, impor-lhes cabrestos e limites. A ousadia criativa é libertária. E se funda na livre expressão de opinião e na pulsão inata pela alegria e pelo prazer.

A música, de modo geral, e o rock, em particular, são exemplos de manifestações resultantes dessa rebeldia criativa, que atua como força disruptiva da transformação cultural e política da sociedade. Rompem-se modelos; criam-se novas referências; adotam-se outros modismos; enfim, extingue-se o anacronismo subsistente para dar vez e vida a um outro tempo.

Estamos novamente próximos dessa ruptura benfazeja. Em dois de setembro, começa o Rock in Rio, após três anos de hiato pandêmico. Trinta dias depois, dois de outubro, o Brasil se encontra nas urnas para decidir seu futuro. E há grande possibilidade de recuperarmos a razão, a solidariedade, os valores humanos esquecidos e perdidos em meio à vaga conservadora de 2018.

Numa surpreendente inversão de posições, as ruas foram ocupadas por uma legião de brutos, insensatos, truculentos – representantes do atraso ético moral provisoriamente dominante. Os democratas e progressistas pareciam sucumbir diante do primeiro movimento público afirmativo da direita, pós-golpe de 64.

Para o bem ou para o mal, a democracia, com a inerente transitoriedade do poder, nos oferece de quatro em quatro anos a possibilidade de mudar. Desta vez, a expectativa aumentou. Mudar agora significa retomar o respeito às minorias, aos pobres, negros, nordestinos e favelados – ignorados e ultrajados por um governo

espúrio, pois, eleito, tenta a todo momento demolir os alicerces da própria democracia que lhe permitiu existir.

Às vésperas do início do maior de festival de rock do mundo, o Rio transpira a energia deste momento mágico, prenhe de

expectativas. Estamos em contagem regressiva para a celebração musical de astros icônicos do pop rock internacional. E, logo em seguida, para a chegada da festa cívica de reencontro democrático com as urnas – eletrônicas, registre-se.

A Rio Já mergulha nesta atmosfera eletrizante. Trouxe para suas páginas um dos mais tarimbados críticos musicais da imprensa brasileira. Através de Luiz Henrique Romagnoli vamos tentar decifrar as tendências, as inovações e os shows mais bem avaliados desta edição do festival.

Com estilo no texto e precisão no conteúdo, ele antecipa o que pode se esperar da festa.

“No que diz respeito à escalação do elenco, o Rock in Rio passou, ao longo de seus 36 anos de existência, a ser visto como um festival de pop rock conservador”, define ele, para em seguida acrescentar “ Na vida, há duas certezas. Uma é a morte, A outra é a participação do Iron Maiden e do Guns N”Roses no Palco Mundo”.

Mas o festival tem outros espaços, outros palcos – estes abertos a inovações, experimentalismos e também destinados a mesclar nomes consagrados com talentos em gestação. No Sunset, a música negra, brasileira e mundial, vai dominar a cena. Gilberto Gil, Emicida, MC Carol e outros vão pintar um panorama da Música Preta Brasileira: rap, funk carioca, r&b à brasileira se misturam a ijexa, baião e reggae. A espetacular fusão de ritmos promete.

Os palcos do Rock in Rio funcionam também como instrumento de consagração, de reconhecimento público do melhor momento da carreira dos astros. Ascender ao espaço “Mundo” é sinônimo de

promoção ao top ranking do estrelato. Neste ano, coube à exuberante IZA galgar o patamar mais alto das estrelas de fama incandescente do casting do espetáculo, como mostra com charme e competência Aydano André Motta.

A história do festival se entrelaça com a sempre turbulenta política fluminense, relembra o repórter Jan Theóphilo. Na primeira edição, por pouco não foi cancelado por determinação do então governador Leonel Brizola, desconfiado das intenções eleitorais

da família Medina. Não fosse um telefonema de Tancredo Neves, à época praticamente eleito Presidente da República, a festa não teria sido autorizada.

“Eu estive na casa do Tancredo, em Brasília, para fazer uma apresentação sobre o festival. Expliquei que tinha tudo a ver com o momento político, a liberdade, a volta da democracia”, lembra o ex-deputado Rubem Medina, irmão de Roberto, o cérebro da festa.

Trinta e seis anos depois, o Rock in Rio volta a cumprir o mesmo papel libertário. Novamente se apresenta como antevéspera da redenção democrática do país, preâmbulo da aurora cívica outubrina. À época, saíamos dos anos de chumbo da ditadura. Agora, ao que parece, nos despedimos do obscurantismo, da terraplanismo, enfim, dos espetáculos obtusos do patego mandatário.


O PARQUE DOS DINOSSAUROS SE RENOVA

LUIZ HENRIQUE ROMAGNOLLI

No que diz respeito à escalação do elenco, o Rock in Rio passou, ao longo dos seus 36 anos de existência, a ser visto como um festival de pop rock conservador. Para boa parte da crítica (e do público roqueiro mais jovem), são eventos como Coachella e Lollapalooza que trazem ao Brasil as novidades internacionais, bandas e cantores esteticamente inovadores, musicalmente originais ou no auge de suas carreiras. E a fama de tiozão não é de todo injusta. Da sua primeira edição (em janeiro de 1985) para cá, o Rock in Rio foi abraçando mais e mais o mainstream da música gringa, optando, particularmente no seu palco principal, por uma escalação menos ousada, de veteranos ou superestrelas consolidadas. Porém, olhando – e escutando – com um pouco mais de atenção e menos preconceito, nota-se que há um esforço por parte da curadoria do festival de trazer novas espécimes ao parque dos dinossauros, particularmente nos palcos Sunset e Supernova e no recém-criado Espaço Favela. Nesta nona edição, o RiR conta com oito palcos, que receberão, ao longo de sete dias, mais de duas centenas de artistas dos mais variados estilos. Tem mais do mesmo, mas tem boas novas. Primeiro, os tradicionais.

Na vida, há duas certezas. Uma é a morte. A outra é a participação de Iron Maiden e Guns N’Roses no Palco Mundo, o principal do Rock in Rio. A banda inglesa de heavy metal e o grupo estadunidense de hard rock farão, cada um, sua quinta participação no festival. Iron Maiden fecha a “noite do metal”, a primeira do evento. Veteranos da cena pesada – tocaram na Cidade do Rock em 1985 – já estiveram em melhor forma. Antes dos ingleses, duas bandas de metal progressivo: a americana Dream Theater, que já conta com 37 anos de carreira, e a francesa Gojira, formada em 1996 com o nome de Godzilla. Além de altos decibéis, espera-se muito virtuosismo instrumental (o baixista do Dream Theater, John Myung, é um dos mais celebrados do mundo do rock) e uma

plateia fanática de camisas-pretas batendo cabeça e fazendo o chifrinho do Capiroto com os dedos mínimo e indicador. Para muitos uma ex-banda de rock em atividade, Guns N’Roses é a atração principal da noite de 8 de setembro. Espera-se que Axl Rose, vocalista do grupo, não repita o vexame da apresentação de 2019 e, ao menos, consiga cantar. O dia 8 inclui ainda os emos paulistas do CPM22, os italianos (revelados no programa de calouros “X-Factor”) do Måneskin com seu hard rock de tintas pop e os norte-americanos do Offspring, banda veterana do circuito punk rock/hardcore, com 36 anos de estrada e ainda alguma dignidade. No geral, muito barulho por quase nada.

Os dois dias subsequentes do Palco Mundo, 3 e 4 de setembro (sábado e domingo), serão dedicados a artistas pop de viés adolescente, que costumam colorir seu som com pinceladas de r&b, hip-hop e eletrônica. Tem a superestrela estadunidense, mezzo rapper/mezzo cantor, Post Malone – de hits como “I like you (A happier song)”, dueto com Doja Cat, “Rockstar” e “Sunflower”. Ou os ex-fenômenos adolescentes Justin Bieber e Demi Lovato, além dos DJs Alok e Marshmello. Mas a melhor atração desses dois dias de pop spotifaico vem daqui do Brasil mesmo. É a cantora Iza, primeira a se apresentar no Palco Mundo no dia 4. Dona de um carisma hipnotizante e uma voz poderosa, a carioca de Olaria, de 32 anos, faz um r&b contemporâneo à brasileira, com letras que reverberam a potência de uma mulher preta e empoderada. “Gueto”, “Fé”, “Sem filtro”, “Dona de mim” e “Brisa” são canções fortes que se destacam em dois dias de pop gringo aguado. Atenção às coreografias inspiradas no r&b americano e no funk carioca.

Com 36 anos de carreira, o trio californiano Green Day é a atração principal do Palco Mundo no dia 9 de setembro. Pode-se esperar uma apresentação energética e empolgante, apesar de seu pop punk conservador soar um pouco datado em 2022. Outra banda estadunidense que toca na mesma noite é o “Fall Out Boy”. O quarteto, formado em 2001, produz um pop punk ainda mais diluído e esquecível. Curiosamente, a atração mais interessante desta noite no Palco Mundo pode ser o vetusto Billy Idol (ou o que resta dele). Egresso do movimento punk britânico de 1976, o ex-vocalista do Generation X é uma figuraça. O Supla inglês (contém ironia) participou da edição de 1991 do Rock in Rio e deve cantar hits como “Craddle of love”, “Eyes without a face”, “Rebel yell” e “Dancin’ with myself”. Com alguma sorte, veremos algumas rodas de pogo na plateia.

Os dois últimos dias de Palco Mundo (10 e 11 de setembro) também serão de pop explícito, mas com toques de música cubana (Camila Cabello), arena rock à la U2 (Coldplay) e MPB (Djavan e Ivete Sangalo). E muitos dançarinos em cena fazendo coreografias exaustivas ao lado de seus patrões.

Dua Lipa, que encerra o festival, é uma estrela mundial. Inglesa de ascendência albanesa, tem bela voz, mas faz um pop morno, sem grandes novidades ou ousadias. Sucessos como “Be the one”, “One kiss” e “Cold heart” (versão dance da balada de Elton John, em dueto com o próprio), emoldurados por coreografias trabalhadas, e cenografia caprichada, certamente vão levantar a plateia com seu clima “pra cima”. Outra representante dos bálcãs a fazer um pop genérico e algo infantilizado é a kosovar Rita Ora, que se apresenta no mesmo dia. Na comparação com Dua Lipa, tem a seu

favor uma voz um pouco mais quente, mais na tradição das pretas estadunidenses. Mas o padrão pop-ursinhos-carinhosos-na-floresta-dos-unicórnios-saltitantes se mantém. E tome coreografia, claro. Alegria a qualquer custo também é a praia de Ivete Sangalo, que abre o Palco Mundo no seu último dia, totalmente dedicado às mulheres. Possivelmente a mais popular estrela da MPB hoje – seu reinado só é ameaçado por Anitta – a veterana tem por hábito botar a plateia no bolso. Sucessos não faltam, assim como domínio de palco, uma superbanda afiadíssima com ótimos músicos e competência adquirida ao longo de décadas de carreira. E dançarinos, coreografias etc., claro. Não seria surpresa se a baiana de Juazeiro ofuscasse algumas das atrações subsequentes. Completa a noite das mulheres a rapper texana, de 27 anos, Megan Thee Stallion. Feminista, engajada e sem papas na língua, carrega nas tintas em letras sexualmente explícitas, como nos ótimos hits “Sweetest pie” e “Plan B”.

Assim como Veveta, a cubana Camila Cabello se destaca das coleguinhas por apimentar seu pop com um pouco mais de especiarias afro-americanas. Ex-integrante do quinteto vocal (atualmente quarteto) Fifth Harmony, grupo revelado no programa de calouros “X-Factor”, ela se aproxima, em termos de estilo, um pouco mais de cantoras pretas como Beyoncé. Recentemente, Camila Cabello, pediu, via redes sociais sugestões de repertório para os fãs: quer cantar uma música brasileira durante o show no RiR. Ah, claro, veremos também um bom punhado de dançarinos e coreografias. Coldplay apresenta-se depois da cubana, encerrando a penúltima noite de festival. De volta ao Rock in Rio – a banda tocou no Palco Mundo em 2011 – os ingleses vão misturar sucessos como “Yellow”, “Viva la vida” e “A sky full of stars” com canções do novo disco, “Music of the spheres” (2021). Catarse e corinhos de milhares de vozes (com muito “ô ô ô” e similares) regidos pelo carismático cantor Chris Martin são esperados durante a apresentação, assim como cenografia caprichada e fogos de artifício.

Música Preta Brasileira contemporânea, pop-fofo e novos nomes para ficar de olho

Inaugurado na edição de 2011, o Palco Sunset, o segundo maior do festival, vem cumprindo o papel de plataforma de encontros surpreendentes e shows memoráveis. Sob curadoria do cantor e produtor Zé Ricardo, o Sunset ajudou não só a rejuvenescer o Rock in Rio como também a tornar o evento mais plural e aberto a novas tendências e estilos musicais que vão para além do pop e do rock. É o palco onde a música negra, brasileira e mundial, tem mais espaço. Logo em seu primeiro dia, 2 de setembro, um encontro que promete ser imperdível para os amantes da guitarra: a banda americana Living Colour recebe o virtuose Steve Vai como convidado.

O grupo conta com um dos mais festejados guitarristas dos anos 1990, Vernon Reid, e é um caso raro no rock: formado exclusivamente por artistas negros, fez enorme sucesso em fins do século passado. Outro encontro bastante aguardado é o do rapper paulista Criolo – um dos melhores artistas da MPB contemporânea – com a ótima cantora cabo-verdiana Mayra Andrade. O show acontece no sábado, 3 de setembro, na mesma noite em que os Racionais fecham a jornada com seu rap engajado. Mais cedo, no mesmo dia, Xamã com Brô MC’s e Papatinho + L7nnon MC Hariel e MC Carol levam o pancadão carioca (e muitas letras explícitas) ao Sunset. No dia seguinte, Matuê, Luísa Sonza (com

Marina Sena), Emicida (e convidados) e Gilberto Gil vão pintar um panorama interessante da Música Preta Brasileira: rap, funk carioca e r&b à brasileira encontram samba, ijexá, baião e reggae. Uma jornada entre a modernidade e a tradição. Dia 8 de setembro, quinta-feira, é dedicado exclusivamente às mulheres no Sunset. Numa sequência que culmina com o show da boa cantora inglesa Jessie J (dos hits “Bang bang” e “Price tag”), outras pedidas saborosas são as apresentações da recifense Duda Beat e da britânica de pop/jazz Corinne Bailey Rae (do supersucesso da década passada, “Put your records on”). Mas Duda Beat, que tem um público fiel e animado, costuma incendiar o palco. A ver.

O sábado, dia 10, o Sunset recebe pela segunda vez o cantor estadunidense de soul e r&b CeeLo Green. O ex-integrante da dupla Gnarls Barkley, que se apresentou em 2017, diverte, com seus hits “Crazy” e “Fuck you”. O último dia de Sunset (também exclusivo das mulheres) promete fortes emoções. “Power! Elza vive, um show em homenagem a Elza Soares” vai reunir Alcione, Majur, Agnes Nunes, Caio Prado, Mart’nália, Gaby Amarantos e Larissa Luz numa celebração à música e à vida de uma das maiores cantoras brasileiras, morta em janeiro de 2022. Elza Soares, aliás, foi, aos 89 anos, protagonista de um dos momentos mais bonitos do Palco Sunset, no Rock in Rio de 2019, reafirmando seu talento e sua luta pelos direitos dos negros e das mulheres.

Criado em 2019 com o objetivo de mostrar o talento e a diversidade dos artistas das comunidades, o Espaço Favela é o palco onde a Música Preta Brasileira contemporânea tem mais voz. Do consagrado funk melody de Buchecha (da dupla Claudinho) à Funk Orquestra (criada em 2018 pelo produtor Marcelo Tabach para contar, com baterias eletrônicas, samplers e violinos, a história do batidão carioca), o bailão promete. Vale conferir o ótimo cantor Taylan, a afinadíssima Azzula e o pagode romântico de Ferrugem. Como favela não é só funk e pagode, a primeira noite, 2 de setembro, será dedicada ao metal, com shows de Revengin (metal sinfônico), Affront e a divertidíssima Gangrena Gasosa. Veterana do underground carioca dos anos 1990, o sexteto é o inventor do saravá metal, em que estilos como thrash e speed se misturam a pontos de macumba. Quem assiste a um show do Gangrena Gasosa jamais esquece.

Desde 2019, o Palco Supernova abriga novos artistas e atrações “alternativas”. Nesta edição do Rock in Rio, vai receber 28 shows. Se o Mundo é o palco do mainstream, dos artistas campeões de bilheteria ou dos dinossauros do rock e o Sunset é o dos encontros e dos músicos conhecidos mais “hypados”, o Supernova é onde as apostas são feitas. Há um pouco de tudo. No primeiro dia, sexta, 2 de setembro, é a vez da pancadaria. Tem o metal da banda Crypta e o punk metal do Surra abrindo para dois veteranos da cena do rock-barulho. Matanza Ritual é um supergrupo que reúne estrelas do metal nacional: Jimmy London (ex-vocalista da Matanza), Felipe Andreoli (Angra), Antônio Araújo (Korzus), e Amilcar Christófaro (Torture Squad). Fechando a noite de estreia, o veterano grupo punk Ratos do Porão, do vocalista João Gordo. Com 40 anos de estrada, a banda nunca se apresentou no Rock in Rio.

A sexta-feira, 9 de setembro, é dia de pop rock fofo, na linha Los Hermanos e Vanguart. Abrindo os trabalhos, a ironia fina nas letras do cantor Number Teddie. Conhecido por

ser co-autor do hit “Number one”, da Pabllo Vittar, o manauara tem feito sucesso no Spotify e no Youtube com músicas melancólicas como “Poderia ser pior”, “HAHAHA” e “Eu deveria ter comido seus amigos”. É um novo nome que merece atenção. Em seguida, outra atração interessante, Sebastianismos, que é o nome do projeto solo de Sebastian, integrante da banda Francisco, El Hombre. Sebastianismos é mais rock e menos eclético que F,EH. Fechando os trabalhos, o quarteto capixaba Supercombo, cujos shows catárticos costumam atrair fãs apaixonadíssimos, que cantam todas as músicas aos berros, na melhor tradição losermânica.

E por falar em Francisco, El Hombre, o inclassificável quinteto paulista é a atração principal do Palco Supernova na noite de domingo, 5 de setembro. Depois de um hiato para que seus integrantes se dedicassem a trabalhos solo, o grupo se reuniu para lançar o disco “Casa Francisco” (2021). Os show de F,EH costumam ser incendiários. No mesmo dia, tocam as bandas Cali (formada por ex-integrantes de Tihuana e Charlie Brown Jr.) com seu pop rock praiano esquecível, O Grilo, que tem estilo original e instigante, e Scatolove, projeto solo pop-fofo de Fred Campos, do Supercombo, com sua companheira, Isa Salles.

Talvez o dia mais interessante do Supernova seja o sábado, 3 de setembro, que reúne estilos como rap, trap e funk de várias regiões do Brasil.

O gaúcho de Porto Alegre Ike faz um trap entre a poesia falada e a melodia. O cearense Hirosaki, que tem mais de 14 milhões de audições de “Eu odeio amar você” no Spotify, é um adepto da sofrência, mas sem o som sertanejo: é pop e r&b com suaves texturas instrumentais. A atração principal do sábado é o baiano TETO, fenômeno do trap brasileiro, com algumas dezenas de milhões de audições de suas canções no Spotify. Novos palcos, como Sunset, Espaço Favela e Supernova, são uma decisão acertada da organização do festival. Abrem espaço para artistas novos ou que já são fenômenos em redes sociais e plataformas de streaming, enquanto rejuvenescem o quase quarentão Rock in Rio. Que cresçam e apareçam.

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