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Contradições em depoimentos levam PF a avaliar acareação no caso Banco Master

Dono do Master e ex-presidente do BRB prestam depoimento no STF; investigação apura fraude de R$ 12,2 bilhões em carteiras de crédito consignado

Depoimentos com versões contraditórias prestados à Polícia Federal pelo dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e pelo ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, colocaram no radar a possibilidade de uma acareação no Supremo Tribunal Federal (STF). A medida pode ser adotada para esclarecer suspeitas de irregularidades em um negócio bilionário que levou à liquidação do banco.

Os depoimentos colhidos presencialmente pela Polícia Federal em uma sala do STF já apresentaram inconsistências, segundo apuração do Estadão/Broadcast. Diante das divergências, a delegada responsável pelo caso, Janaína Palazzo, vai avaliar se será necessária a realização de uma acareação — procedimento em que os investigados são colocados frente a frente para confrontar versões.

Inicialmente, o relator do processo, ministro Dias Toffoli, havia determinado a acareação antes mesmo das oitivas. No entanto, o Supremo informou que o confronto só ocorrerá caso a PF identifique contradições relevantes entre os relatos.

Oitiva no STF e acompanhamento judicial

Daniel Vorcaro concluiu seu depoimento na noite desta terça-feira (30), após cerca de três horas de oitiva. Em seguida, a PF ouviu Paulo Henrique Costa. O último a depor é o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, que não é investigado.

Todo o procedimento é acompanhado por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Dias Toffoli e por um representante do Ministério Público.

Investigação envolve venda de falsas carteiras de crédito

Vorcaro e Costa são investigados por suspeitas de irregularidades na venda de falsas carteiras de crédito consignado do Banco Master para o BRB, em uma operação estimada em R$ 12,2 bilhões.

Ailton de Aquino Santos, apesar de não ser alvo da investigação, foi o diretor que recomendou a liquidação do Banco Master à diretoria colegiada do Banco Central. Ele também participou, ao lado do presidente do BC, Gabriel Galípolo, da comunicação ao Ministério Público sobre indícios de fraude. A liquidação do banco foi decretada em 18 de novembro.

Prisão, habeas corpus e afastamento

O dono do Banco Master chegou a ser preso preventivamente em 17 de novembro, mas foi solto no dia 29 após decisão em habeas corpus, passando a usar tornozeleira eletrônica. Já Paulo Henrique Costa foi afastado da presidência do BRB por determinação judicial.

Vorcaro chegou a Brasília na manhã desta terça-feira e seguiu diretamente para o STF, onde entrou pela garagem do prédio. Ele desembarcou de voo comercial no Aeroporto de Brasília por volta das 11h.

Documento cita deputado federal

A investigação foi remetida ao Supremo após a apreensão de um documento com Daniel Vorcaro que mencionava um deputado federal, o que atraiu a competência do STF para conduzir o caso.

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