*Paulo Baía

O Partido Democrático Trabalhista do estado do Rio de Janeiro foi derrotado em 2022.
Cometeu erros estratégicos e táticos não apenas na campanha desastrosa de Ciro Gomes.
Vou esquecer Ciro Gomes, vou tratar dos erros estratégicos e táticos da eleição no estado do Rio de Janeiro.
O PDT não fez uma boa nominata para deputados federais e deputados estaduais.
Cometeu erros graves ao apostar num “caciquismo” local, desgastado, desacreditado, repudiado literalmente pela população dos municípios.
As nominatas não tinham poder de competição. O maior erro estratégico/tático do PDT/RJ na eleição de 2022 foi em relação ao Senado Federal: Cabo Daciolo não podia ser candidato ao Senado pelo PDT.
Os trabalhistas poderiam ter um candidato político/simbólico ao Senado, que resgatasse a ideia do trabalhismo/socialismo democrático/ antirracista/ pró liberdade religiosa de Abdias Nascimento e Carlos Alberto de Oliveira – o CAO – escolhendo o professor Ivanir dos Santos.
Fez outra escolha, que não foi eleitoral, nem política, nem simbólica, com o Cabo Daciolo. Daciolo não seria competitivo suficiente para superar Romário, Daniel Silveira, Clarissa Garotinho, Alessandro Molon e/ou André Ceciliano.
Cabo Daciolo deveria ter liderado a lista de deputados federais. Com isso, o PDT/RJ elegeria de 4 a 5 deputados federais.
Errou o PDT, errou sabendo que estava errando.
Para deputado estadual, a mesma tática concentrou apenas em Martha Rocha como campeã de votos e puxadora da legenda.
Martha Rocha, com esforço pessoal, conseguiu 60 mil votos, boa votação, mas não teve o apoio da legenda, da nominata pífia do PDT, que foi deliberadamente descuidado com as eleições para a Câmara dos Deputados e para a ALERJ.
Agora temos uma decisão sábia, estratégica e tática da direção Estadual do PDT/RJ ao convidar o Deputado Federal Max Lemos para, junto com a Deputada Estadual Martha Rocha, organizar o partido no Estado do Rio de Janeiro.
Reestruturar o PDT para as eleições de 2024 trazendo boas nominatas de candidatos a vereadores e vereadoras nos 92 municípios, bons nomes para candidaturas a prefeito e vice-prefeito, boas alianças, enfim preparando o partido para outubro de 2024, ao mesmo tempo que constrói um base eleitoral mais sólida para outubro de 2026. 0 PDT/RJ lançou as bases de uma renovação pragmática e eficiente no Estado do Rio de Janeiro para 2024/26, assim a sabedoria política eleitoral retorna à sede do partido na Rua Sete de Setembro, sede Nacional e regional do PDT.
Carlos Lupi está certo neste movimento de trazer Max Lemos e empoderar Marta Rocha na reestruturação do PDT/RJ.

*Sociólogo, cientista político e professor da UFRJ.