Paulo Baía.
Aloísio Mercadante toma posse como presidente do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – declarando que quer um BNDES do futuro e não do passado, uma instituição do primeiro quarto do século 21, tecnológico, digital industrializante, verde, sustentável.
Apoio e financiamento para micro, pequenas e médias empresas, como geradoras de empregos e renda em quantidade.
Um BNDES industrializante; a palavra chamou atenção pois o BNDES sempre foi industrializante. Quero crer e torço para que essa industrialização seja no contexto da quarta Revolução Industrial, a 4.0.
A importância da fala de Aloísio Mercadante para o estado do Rio de Janeiro é imensa. Espero que essa ideia de industrializante não reproduza o discurso caótico de Michel Temer e Ciro Gomes falando de uma industrialização aos moldes das décadas de 1950 até 1980 do século 20, do passado. Precisamos sim de uma industrialização que seja baseada na digitalização, nas tecnologias da informação, na inteligência artificial, na automação do mundo digital. Precisamos de alta tecnologia em todas as área de produção e serviços, precisamos de biotecnologia para produção de proteínas animais em escala industrial já nos próximos dois anos a partir de células troncos.
Precisamos de uma rede de gasodutos vindos da Bacia de Campos/Macaé para produzir fertilizantes para nossa agricultura e para exportação, aproveitando que a economia de óleo e gás será importante e de impacto nos próximos 70 anos.
Todas essas pautas são caras ao Estado do Rio de Janeiro, que depende delas no conjunto do sociodesenvolvimento do Brasil.
Aloísio Mercadante com sua fala chamou atenção positivamente. Mercadante disse que o banco irá financiar Estados e Municípios que tenham capacidade de pagamento; isto é importante para mais de 1000 cidades brasileiras que dependem de financiamento para tocar projetos de infraestrutura, serviços e redes de fomento com proteção social.
Sociólogo, cientista político e professor da UFRJ.
