Rio de Janeiro prioriza ambiente face a face nas escolas ao proibir celulares

A decisão, embasada em estudos da OCDE, revela que a utilização inadequada da tecnologia impacta negativamente no desempenho acadêmico e social dos alunos

*Paulo Baía

Em 2 de fevereiro, o prefeito Eduardo Paes promulgou um decreto que proíbe expressamente o uso de telefones celulares e dispositivos tecnológicos pelos estudantes nas escolas públicas municipais, tanto dentro quanto fora das salas de aula. A medida, fundamentada em análises da OCDE e uma pesquisa de opinião, reforça a importância de criar um ambiente educacional onde a interação social aconteça pessoalmente, destacando não apenas o aprendizado acadêmico, mas também a sociabilidade dos alunos.

O Secretário de Educação, Renan Ferreirinha, destaca vigorosamente a necessidade de preservar a conexão do aluno com a escola, enfatizando que o uso excessivo de aparelhos eletrônicos prejudica não apenas a concentração, mas também a interação face a face fundamental para o desenvolvimento social. Ele ressalta que a escola é um espaço vital para interação social, e o uso constante de telefones celulares pode isolar as crianças em suas próprias telas, prejudicando a convivência essencial.

A decisão, embasada em estudos da OCDE, revela que a utilização inadequada da tecnologia impacta negativamente no desempenho acadêmico e social dos alunos. O Rio de Janeiro alinha-se a nações como França, Holanda, Inglaterra, Portugal, além de alguns estados da Austrália e dos Estados Unidos, que já adotaram medidas similares para promover ambientes escolares face a face.

Profissionais de saúde também alertam sobre os perigos do uso prolongado de dispositivos, associando-o a problemas emocionais, como ansiedade e depressão, reforçando a importância de uma abordagem presencial no ambiente educacional.

Além disso, a decisão do Rio de Janeiro integra-se aos conceitos dos níveis de socialização, reconhecendo a importância da socialização primária e secundária. A socialização primária, que ocorre na infância e envolve a família e a escola, desempenha um papel crucial na formação das primeiras noções sobre regras e comportamentos aceitos pela sociedade. Já a socialização secundária, que ocorre após a inserção em diferentes meios sociais, destaca-se no ambiente de trabalho e em outras interações culturais, contribuindo para a aquisição de novos papéis sociais e a compreensão de distintas realidades sociais. A medida adotada pelo Rio de Janeiro busca alinhar-se a esses conceitos, promovendo ambientes educacionais que estimulem ambos os níveis de socialização.

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