Relatório da PM revela sumiço de 15 mil munições de batalhão na Zona Oeste do Rio, que também sofre com falta de fuzis

O 18º BPM é responsável pelo policiamento em áreas de disputa territorial entre traficantes e milicianos,

Responsável pelo policiamento em áreas que são disputa territorial entre traficantes do Comando Vermelho e milicianos, o 18º BPM (Jacarepaguá) sofre com problemas, entre eles a falta de fuzis e de segurança para guardar armas e munições. Um relatório obtido por reportagem do jornal O GLOBO revela que o oficial responsável pela Reserva de Armamento Bélico (Rumb) alertou que a unidade precisa de mais 38 fuzis para “salvaguardar guarnições que, por muitas vezes, em dias de operações, ficam desguarnecidas, sem armamento de emprego coletivo”.

O oficial ressalta que, do total de fuzis na unidade, dez estão apreendidos para perícias da Polícia Civil por terem sido utilizados em confrontos. Além disso, ele detalha que na RUMB da 2ª Companhia (Cidade de Deus), o local de armazenamento do material bélico “necessita de melhoria na segurança”.

Falta de 15,5 mil munições

O documento afirma ainda que falta controle da munição. Ao fazer um levantamento, o policial descobriu que no batalhão havia 15,5 mil projéteis a menos do que o indicado no Sistema de Material Bélico (SistMatBel), controle on-line usado pela corporação. São quase oito mil balas de pistola calibre .40 e três mil de fuzil calibre 7,62 que constam na ferramenta digital, mas que não estão no paiol da unidade.

A diferença nas munições

MuniçãoTotal no 18º BPMNo SismatbelSaldo
Cartuchos fuzil .7623.5895.806-2.217
Cartuchos .762 de treinamento0760-760
Cartuchos fuzil .5566.5775.4761.101
Cartuchos .556 de treinamento0660-660
Cartuchos pistola .4010.49818.453-7.955
Cartuchos .40 de treinamento25.00027.072-2.072
Cartuchos .303.4595.336-1.877
Cartuchos .1221520213

Ao mostrar a quantidade de munições diferentes entre o estoque e no sistema de controle, o oficial diz que “cabe a autoridade superior manifestação quanto aos dados”. O relatório é de final de março. Procurada, a PM não respondeu.

Ao fim do documento, o policial ainda ressalta que buscou colegas em outras unidades para saber se o problema também acontecia: “os mesmos informaram que não utilizaram o SisMatBel para conferência devido a sua defasagem de dados”.

O sistema, no entanto, ainda é o oficial para a contabilização do material bélico. Em janeiro, a Polícia Militar publicou uma resolução em que diz que o SisMatBel serve de “base para o funcionamento dos demais subsistemas de controle da movimentação de material bélico da Corporação”.

“A atualização do SisMatBel deverá ocorrer em estreita conformidade com toda a movimentação do material bélico da Corporação e em articulação com os demais Sistemas da Corporação”, diz trecho da resolução de 15 de janeiro.

Ex-chefe do Estado-Maior da PM, o coronel Robson Rodrigues foi um dos responsáveis pela implementação do sistema na corporação na década passada. Ele ressalta a importância do controle para evitar desvios de munição:

— É um sistema mais simples que o de reconhecimento facial, por exemplo. Tem que ter um diagnóstico de todo o sistema, pois você vai melhorar o controle interno e combate qualquer desvio que possa alimentar o crime e a corrupção — explica.

Com informações do GLOBO.

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