Gabriel Pazos*
Definitivamente uma eleição majoritária, na essência, nada mais é que uma competição onde a persuasão desempenha um papel central, e os eleitores têm a responsabilidade de analisar criticamente as opções e tomar decisões que julgar adequadas. No entanto, não é uma competição qualquer, pois para romper os obstáculos, requer múltiplas habilidades, competências e capacidades do candidato. É uma disputa de convencimento, de sedução, onde os candidatos procuram persuadir os eleitores a apoiá-los com base em suas ideias, propostas, qualidades e visão para o futuro. É uma competição que não tem pódio, só ganha um, aquele que chegar em 1º lugar.
Portanto, o candidato tem que ter um único foco, a campanha. Que por sua vez, tem que ter um único objetivo, eleger seu candidato. Não basta o candidato ser, tem que parecer ser. Numa disputa eleitoral, qualquer um dos candidatos tem chance de ganhar, independentemente de forças políticas, é só ter conteúdo e acertar na estratégia. Durante o processo eleitoral, os candidatos utilizam uma variedade de ferramentas de marketing como, pesquisas, campanhas publicitárias formais, debates, comícios, mídias sociais, redes sociais e interações diretas com os eleitores para apresentar sua plataforma e conquistar votos.
Absolutamente, ouvir a população é fundamental em qualquer campanha eleitoral. Os candidatos devem estar atentos às necessidades, preocupações e aspirações da população que querem representar e assim definir a estratégia. Isso pode ser feito através de diversos mecanismos, como pesquisas quantitativas e qualitativas, fóruns comunitários e interação direta com os cidadãos. Ao ouvir a população, os candidatos podem obter insights valiosos sobre as questões que mais importam para as pessoas, entender as diferentes perspectivas e necessidades dentro da sociedade.
Logo a equipe de marketing desempenha um papel crucial ao conectar as pesquisas com as necessidades da população, desenvolver a estratégia da campanha e orientar o candidato sobre como abordar essas questões de maneira eficaz e autêntica. Uma comunicação bem-sucedida é fundamental para construir uma conexão genuína entre o candidato e os eleitores.
Além disso, a equipe de marketing também é responsável por monitorar a reação da população às mensagens da campanha, ajustando-as conforme necessário para garantir que estejam alinhadas com os interesses e preocupações da população. A equipe de marketing desempenha um papel estratégico na construção da imagem do candidato e na disseminação de sua mensagem de maneira eficaz e persuasiva. Em resumo, a comunicação é fundamental para o sucesso de uma campanha eleitoral, pois ajuda a traduzir as necessidades e aspirações da população em uma mensagem clara e cativante.
É comum que durante campanhas eleitorais haja polarização e cada lado defenda suas próprias ideias e critique as dos adversários. Esquerda e direita representam duas correntes políticas com perspectivas e abordagens diferentes em relação a questões sociais, econômicas e culturais. Portanto, é fundamental que exponham e defendam claramente suas ideologias, para que os eleitores escolham seus candidatos com conhecimento de causa. Embora, suas ideias e valores possam ser antagônicos em muitos aspectos, existem áreas onde convergem e podem encontrar pontos em comum, certamente terão caminhos e abordagens distintas sobre como alcançar esses objetivos.
Além disso, é natural que os candidatos apontem as falhas nos projetos dos adversários e deficiências do sistema de governo atual, especialmente se estiverem concorrendo contra um candidato apoiado pelo partido que já está no poder. Isso faz parte do debate democrático e permite que os eleitores avaliem criticamente as diferentes opções disponíveis.
Mas, atacar pessoalmente um adversário durante uma campanha eleitoral pode ser uma estratégia arriscada e muitas vezes contraproducente. Embora alguns possam acreditar que ataques pessoais possam minar a reputação do concorrente, essa abordagem pode gerar ressentimento entre os eleitores e prejudicar a imagem do próprio candidato. Em vez disso, os eleitores geralmente respondem melhor a campanhas que se concentram em questões relevantes, propostas de gestão e soluções para os problemas enfrentados pela sociedade.
Diferentemente, nos debates eleitorais, podem permitir ataques mais diretos entre candidatos, uma vez que os oponentes estão presentes e podem se defender. No entanto, ataques pessoais excessivamente agressivos podem afetar a imagem do candidato que os utiliza e podem não ser bem recebidos pela população. O debate pode envolver refutar as acusações, esclarecer mal-entendidos e apresentar argumentos que justifiquem suas ações ou posições. Contrapor com competência, apresentar ideias claras, demonstrar conhecimento e transmitir confiança são aspectos mais eficazes do que atacar pessoalmente o adversário.
As coligações permitem que diferentes partidos se unam para formar uma base de apoio mais ampla e especialmente importante em eleições majoritárias, onde o candidato precisa obter uma maioria dos votos para ser eleito. Com as coligações, os candidatos podem compartilhar recursos, redes de apoio, o que pode fortalecer a campanha como um todo. Uma coligação pode tornar um candidato majoritário mais competitivo ao agregar votos de diferentes grupos e regiões, aumentando suas chances de vitória.
Outro aspecto importante é a nominata de candidatos proporcionais, pois pode desempenhar um papel importantíssimo na eleição do candidato majoritário. Os candidatos proporcionais geralmente são figuras influentes em suas comunidades e podem mobilizar eleitores, fazer campanha ativa e angariar apoio para o candidato majoritário. Uma nominata forte também pode agregar credibilidade à candidatura majoritária, mostrando que o partido ou coligação tem apoio e representação em diversos setores da sociedade.
Gabriel Pazos é presidente do Instituto Gerp
