DENÚNCIA. Delegados redigiam decisões judiciais contra Garotinho. Juiz apenas assinava

A julgar pelo depoimento da delegada Carla Dolinski, as decisões judiciais da ação contra o ex-governador Anthony Garotinho na primeira instância, em Campos dos Goytacazes, não eram exatamente do magistrado responsável pelo caso, Glaucenir Silva de Oliveira – o mesmo das acusações levianas ao ministro da Suprema Corte Gilmar Mendes. Mas sim dos delegados da…

A julgar pelo depoimento da delegada Carla Dolinski, as decisões judiciais da ação contra o ex-governador Anthony Garotinho na primeira instância, em Campos dos Goytacazes, não eram exatamente do magistrado responsável pelo caso, Glaucenir Silva de Oliveira – o mesmo das acusações levianas ao ministro da Suprema Corte Gilmar Mendes. Mas sim dos delegados da Polícia Federal Paulo Cassiano e Marco Aurélio O juiz apenas assinava os documentos – uma vez dentro de uma academia de ginástica – que lhe eram enviados pelas autoridades policiais.

Ao confirmar a sentença na última quinta-feira (07/03), o TRE chancelou, na verdade, a decisão dos delegados. Convalidou uma aberração processual, a ser procedente a denúncia da delegada.

A promiscuidade entre os responsáveis pela investigação e o juiz – tão frequente na Lava Jato que poderá levar o STF anular a sentença contra o ex-presidente Lula – teria se repetido em Campos dos Goytacazes. A ser verdadeiro o que revelara a delegada, não houve exatamente um julgamento. Combinou-se o resultado e montou-se a peça processual para se se atingir o objetivo. Exatamente como na Lava Jato.

Segundo a delegada da PF Carla de Melo Dolinski, que trabalhou no caso, o político teria cometido algumas irregularidades passíveis de sanções e há provas, mas os métodos usados para descobri-los depõem contra a investigação.

Para ela, houve prisões para forçar pessoas a confessar e entregar outros. Se colaborassem, eram liberadas; se não, continuavam presas. Instado por ela a usar delações, o delegado federal Paulo Cassiano disse não haver tempo para formalizar esse procedimento. Essa velocidade exagerada, na visão de Carla Dolinski, visava a terminar a operação antes das eleições de 2016 e das férias do juiz Glaucenir Oliveira, titular da 100ª Zona Eleitoral do Rio.

Veja o vídeo.


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