Brasil sobe 10 posições no ranking de liberdade de imprensa de 180 países feito anualmente pela ONG Repórteres Sem Fronteira

Resultado é apresentado todo no dia 3 de maio, Dia Mundial da Liberdade de Imprensa

No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, celebrado nesta terça-feira, 3 de maio, a pesquisa anual conduzida pela organização não governamental (ONG) Repórteres Sem Fronteiras (RSF) revela que o Brasil progrediu dez posições no ranking global que avalia a liberdade de imprensa em 180 países. O país agora ocupa o 82º lugar, o que representa a melhor classificação dos últimos dez anos.

Conforme destacado pela RSF, que conduz esse estudo desde 2002, durante o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), houve avanços na “normalização das relações com a imprensa”, especialmente após o término do mandato de Jair Bolsonaro (PL). O período do governo anterior foi caracterizado pela RSF como marcado por “escalada de tensões” com a mídia.

Durante a gestão de Bolsonaro, ocorreram ataques a jornalistas em exercício de suas funções, com relatos de violência física e verbal em todo o país, conforme reportado pelo “Estadão”. O próprio presidente, à época, restringia o acesso da imprensa à cobertura jornalística na Esplanada e frequentemente entrava em conflito com veículos de comunicação.

Em 2021, o Brasil chegou a ser classificado na “zona vermelha”, reservada aos países em “situação difícil”, ficando como o quarto pior grupo do ranking, atrás apenas da “situação grave”, representada pela cor preta.

No novo levantamento divulgado hoje, o Brasil permanece no grupo considerado “sensível”, mesmo após ter saído da zona vermelha. Nesse grupo também estão países sul-americanos como Argentina, Guiana, Chile e Uruguai, além de nações do hemisfério norte como Polônia, Itália e Estados Unidos.

A Argentina, país vizinho, sob a liderança de Javier Milei, registrou uma queda de 26 posições no ranking das Américas, sendo a pior queda da região.

Na América Latina, os piores colocados são Cuba, Venezuela e Nicarágua, todos sob regimes autoritários. A Repórteres Sem Fronteiras destaca que, na região, a cobertura de assuntos como crime organizado, corrupção e meio ambiente pode resultar em sérias retaliações aos profissionais da imprensa.

O relatório da RSF é resultado de levantamento realizado entre dezembro e janeiro, que contou com a participação de milhares de pessoas respondendo a 120 perguntas sobre a situação em seus países. O índice final, que organiza o ranking, é composto por cinco indicadores que abrangem questões políticas, sociais e econômicas.

O relatório especial divulgado pela organização considera 2024 como ano eleitoral, uma vez que mais da metade da população estará participando das eleições.

Segundo a RSF, “os Estados e as forças políticas, independentemente de suas tendências políticas, desempenham cada vez menos um papel na proteção da liberdade de imprensa”. A organização alerta para o aumento do envolvimento político em campanhas de desinformação, afirmando que em três quartos dos países avaliados há relatos de envolvimento regular de políticos nesse tipo de campanha.

Com informações do UOL.

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