*Paulo Baía

A Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ vai às urnas nos dias 25, 26 e 27 de abril.
A eleição na UFRJ tem enorme impacto nas cidades do Rio de Janeiro, Duque de Caxias e Macaé, mas impacta a vida do Estado do Rio de Janeiro como um todo, em função da diversidade e amplitude de suas atividades. A UFRJ desenvolve trabalhos de pesquisa, ensino e extensão em todas as áreas do conhecimento.
Só para ressaltar, extensão engloba atividades de pesquisa e ensino desenvolvidas diretamente para e com a sociedade, com seu ensino de graduação, pós-graduação lato e strito senso e suas incontáveis pesquisas.
A UFRJ, além de ser uma comunidade acadêmica, é uma comunidade cívica republicana, com 82.600 eleitores; ou seja, uma eleição para a reitoria na UFRJ se assemelha a uma eleição de município de porte médio, de 100 a 150 mil habitantes. Com 82.600 eleitores, não é algo que passe despercebido das forças políticas do Estado do Rio de Janeiro e das forças políticas do Nação. Afinal, a UFRJ é uma das mais importantes universidades brasileiras, uma das pioneiras, com mais de 100 anos de ensino universitário no Brasil.
Eleição na UFRJ é um acontecimento nacional, que vai escolher os nomes da lista tríplice a ser encaminhada ao presidente Lula da Silva.
Duas chapas estão no pleito, uma com o médico e professor Roberto Medronho como Reitor e a química e professora Cássia Turci como vice-reitora – uma chapa que propõe o republicanismo na UFRJ, propõe inclusão, inovação, eficiência, eficácia.
A Chapa 10 propõe ser diligente em todas as áreas e nos três segmentos (técnicos administrativos, estudantil e professorado).
A Chapa 10 de Roberto Medronho e Cássia Turci é vocacionada para as inovações tecnológicas e pesquisas científicas em todas as áreas e inovação nas atividades da gestão universitária, sobretudo a recomposição orçamentária para o orçamento de 2024, necessária para todas as atividades de infraestrutura, ensino, pesquisa, extensão, atividades de apoio à permanência dos estudantes em seus cursos de graduação e pós-graduação, com uma vida saudável, cívica e cultural em todos os seus os campi (Fundão Praia Vermelha, Duque de Caxias, Macaé, e nos campi históricos do Centro da cidade do Rio de Janeiro.
A eleição da UFRJ mobiliza igualmente pautas da cidadania brasileira.
A outra chapa é a 20, com o professor Vantuil Pereira como reitor e a professora Katya Gualter como vice-reitora, um professor preto e uma professora preta, o que representa um ineditismo na história de 100 anos da UFRJ.
São professores escolhidos e indicados como candidatos a reitor e vice-reitora pelo coletivo de docentes pretos e pretos da UFRJ, trazendo uma pauta de inclusão e de combate ao racismo estrutural brasileiro. A pauta de Vantuil Pereira e Katya Gualter é importante para a UFRJ na medida em que ressalta a característica de exclusão e apartação estrutural de segmentos populares e de trabalhadores da sociedade brasileira, ao mesmo tempo que ressalta a necessidade de um combate permanente, de uma luta antirracista com medidas efetivas de inclusão de todos os segmentos sociais, sejam eles pretos, pretas, sejam portadores de deficiência e necessidades especiais, sejam mulheres, sejam da população LGBTQIAP+, sejam idosos, ações que combatam os assédios morais, psicológicos, administrativos, acadêmicos e sexuais, que enfrentem as perseguições por gênero, por opção sexual, por faixa etária.
As duas chapas são formadas por professores e professoras dedicadas à UFRJ.
Roberto Medronho teve atuação de destaque na campanha de combate a covid-19 durante a pandemia, não só na UFRJ mas no estado do Rio de Janeiro, na Cidade do Rio de Janeiro e no Brasil. Foi um dos médicos infectologistas que mais se destacaram na política de efetivo combate ao vírus da covid-19.
Cássia Turci é uma pioneira na universidade ao abrir cursos de graduação e pós-graduação no campus do Fundão e no campus de Macaé, destaca-se por sua dedicação , trabalho e estudo na área de Química Inorgânica, além de ter experiência de gestora como diretora do IQ – Instituto de Química por algumas vezes e Decana do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza.
Roberto Medronho também foi diretor da faculdade de medicina em mais de uma ocasião. São gestores universitários testados e possuem compromisso com a UFRJ, com o ensino público e gratuito e com formas de gestão que coloquem a UFRJ em sintonia com o tempo presente, com a contemporaneidade, com a inclusão, inovação, eficiência, eficácia, alteridade.
Vantuil Pereira foi diretor do Núcleo de Política Públicas de Direitos Humanos da UFRJ em vários mandatos e é o atual Decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, com destaque para um ativismo acadêmico e sociopolítico em todas as áreas e questões de discriminações e violação dos Direitos Fundamentais, Coletivos, Individuais e Difusos na sociedade brasileira.
A vice-reitora Katya Gualter é uma docente que se destaca na Faculdade de Educação Física nos campi do Fundão, Praia Vermelha e Duque de Caxias . É uma das pessoas mais atuantes, atualmente, por direitos culturais, sociais, esportivos, de saúde coletiva, lazer, dança e artes na universidade.
Katya Gualter é criadora de um bacharelado e uma licenciatura em danças.
Temos duas chapas que têm visões ora coincidentes, ora divergentes, com diferenças significativas na visão cosmopolita e de cidadania plena e republicana no Brasil.
São chapas que trazem pautas importantes para a reflexão, sobretudo para ação administrativa e política da UFRJ.
Como docente da UFRJ apoio a Chapa 10 de Roberto Medronho e Cássia Turci, sem demérito à Chapa 20 de Vantuil Pereira e Katya Gualter.

*Sociólogo, cientista político e professor da UFRJ.