A greve continua: técnicos administrativos e professores só decidirão proposta de reajuste do governo na próxima semana

Neste momento, pelo menos 52 universidades, 79 institutos federais (IFs) e 14 campus do Colégio Pedro II estão em greve

Mesmo com a proposta do governo de oferecer aumento salarial de 9% em 2025 e de 3,5% em 2026, os técnicos administrativos da educação e os docentes os trabalhadores informaram que uma decisão será tomada na semana que vem e, até lá, as paralisações estão mantidas.

O governo federal ofereceu o reajuste durante a Mesa Setorial da Educação realizada nesta sexta-feira (19). O aumento salarial para o próximo ano está previsto para janeiro, enquanto o aumento de 2026 seria aplicado a partir de maio.

Neste momento, pelo menos 52 universidades, 79 institutos federais (IFs) e 14 campus do Colégio Pedro II estão em greve. Parte pela mobilização dos docentes, parte pela dos técnicos e outra parte pelas duas categorias.

Para 2024, não está previsto um aumento salarial devido à restrição orçamentária, mas o governo mantém a negociação com os servidores do Executivo federal para propor reajuste nos benefícios, como auxílio-alimentação e assistência pré-escolar.

Representantes da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) e do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) foram recebidos por secretários dos ministérios da Educação (MEC) e da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) para discutir a proposta.

O secretário-executivo adjunto do MEC, Gregório Griso, explicou que o reajuste nos benefícios, embora ainda não definido, terá um impacto significativo no orçamento deste ano, estimado em R$ 3 bilhões.

José Celso Cardoso Jr., secretário de Gestão de Pessoas do MGI, informou que cerca de nove pontos da demanda de reestruturação das carreiras foram atendidos, incluindo a redução do tempo para o servidor atingir o topo da carreira.

De acordo com Daniel Farias, da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), a proposta gerou revolta na categoria. Isso porque ela ficou aquém do esperado pelos grevistas e especialmente pela outra categoria, a dos docentes, receber um percentual idêntico.

— Em 2015, houve reajuste aos docentes que não chegou aos técnicos. Por isso, estamos com os salários ainda mais defasados. Somos a maior categoria do funcionalismo público e temos os menores salários — afirma Farias, que ocupa a coordenação Jurídica e de Relações de Trabalho da Fasubra.

Entre os técnicos administrativos, há cinco níveis salariais: do A (funções como porteiro, auxiliar de serviços gerais) ao E (psicólogos, assistentes sociais, biólogos, administradores, etc). A variação de remuneração base vai de R$ 1,5 mil a R$ 4,3 mil. A maior parte da categoria (70%) está concentrada nos níveis E e D (profissões de nível médio, como técnico administrativo e auxiliar de enfermagem, com salários base de R$ 2,3 mil).

A proposta também prevê uma reformulação da carreira desses servidores. Na avaliação de Farias, esse foi um pequeno avanço, em cinco de 12 pontos pedidos pela categoria, que não geram custos ao governo ou que esse montante é muito baixo, segundo ele.

Entre os docentes, a proposta ainda vai ser discutida. De acordo com Gustavo Seferian, presidente do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), o avanço nas negociações entre os docentes foi “tímido”.

— É ainda uma movimentação tímida, mas revela o quanto a greve é meio eficaz na conquista de avanços e vitórias em defesa do serviço público. A crescente mobilização aponta certamente que há mais que podemos conquistar. A proposta será avaliada pelas bases em rodada de assembleias que ocorrerão entre os dias 22 e 25 de abril — afirmou.

Com informações do Metrópoles e do Globo.  

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