Apesar do sucesso de público e da crítica especializada, o show da cantora Madonna, realizado no último fim de semana na praia de Copacabana, serviu de munição para ala radical do bolsonarismo na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) atacar o governador Cláudio Castro e o prefeito Eduardo Paes, especialmente por ambos terem ajudado financeiramente o espetáculo.

O som foi uníssono: os deputados Rodrigo Amorim (União Brasil), Anderson Moraes, Alan Lopes e Filippe Poubel, todos do PL, classificaram a apresentação com um “show de horrores”, dada as cenas de “nudez” e de “sexo explícito” que, na visão deles, teriam acontecido durante o show. “A pergunta que me faço é se algum cristão ainda votará no Eduardo Paes este ano”, questionou Márcio Gualberto (PL) em sua rede social.

Poubel e Lopes, inclusive, enviaram requerimento de informações aos dois gestores. Querem saber como o governo do estado e a prefeitura do Rio usaram os R$ 60 milhões que teriam sido investidos na apresentação. Poubel ainda associou o show a tragédia causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul, intercalando imagens dos resgates com as da cantora no palco.

O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), representante da bancada evangélica no Congresso, promete ir além: quer acionar o Ministério Público Federal e Estadual pelas “cenas de pornografia exibidas no show”. Na sua avaliação, foi uma afronta “explícita” ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

Curiosamente, informações divulgadas pelo Metrópoles davam conta de que integrantes do centro-direita e do bolsonarismo não ficaram imunes à norte-americana. Passaram pela área vip o deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) e o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda.

Já do lado bolsonarista, bateram ponto no local o senador Jorge Seif (PL-SC), que enfrenta processo de cassação no TSE, Fábio Wajngarten, advogado e assessor de comunicação de Jair Bonslonaro, e o pré-candidato a prefeito de Angra dos Reis, Renato de Araújo Corrêa. Todos estiveram com Cláudio Castro.