Pesquisa aponta que 56% dos presentes ao ato de Bolsonaro no Rio concordam com a prisão do deputado Chiquinho Brazão

Na eleição municipal no Rio, 63% defendem que Bolsonaro apoie o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), envolvido na investigação sobre espionagem durante o governo passado

A maioria dos manifestantes presentes no ato pró-Bolsonaro, neste domingo (22), no Rio de Janeiro, 56% concordam com a decisão da Câmara que manteve a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão pela morte de Marielle Franco em contraposição aos parlamentares bolsonaristas, que votaram em peso pela soltura do colega.

A pesquisa da USP divulgada pelo colunista Leonardo Sakamoto, do UOL, mostra que 54% defendem que o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) seja o candidato à Presidência da República caso Bolsonaro permaneça inelegível. No ato pró-Bolsonaro na avenida Paulista, em 25 de fevereiro, 61% apontaram o nome dele.

Os números são da pesquisa realizada pelo Monitor do Debate Político no Meio Digital da USP (Universidade de São Paulo) na manifestação na praia de Copacabana neste domingo. Foram entrevistadas 368 pessoas e a margem de erro é de cinco pontos percentuais para cima ou para baixo.

No dia 10 de abril, o plenário da Câmara manteve a prisão preventiva de Brazão (hoje, sem partido, ex-União Brasil), que havia sido decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por 277 votos a 129, 20 a mais do que o necessário. Ele é apontado como um dos responsáveis por ordenar a execução da vereadora e de seu motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.

Dos manifestantes presentes no Rio, 26% afirmam que não concordavam com a decisão da Câmara de manter Brazão na cadeia e 18% não sabiam o que responder.

Ao mesmo tempo, 68% confiam em alguma medida no resultado da investigação da Polícia Federal que concluiu que os mandantes do assassinato de Marielle Franco foram os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão e o então chefe da Polícia Civil Rivaldo Barbosa. Do total, 40% confiam muito, 28% confiam um pouco, 18% não confiam e 13% não souberam responder.

“Aparentemente, o eleitorado e a militância bolsonaristas estão em desacordo com as suas lideranças”, afirmou à coluna Pablo Ortellado, professor do curso de Política Pública da USP e coordenador da pesquisa junto com Márcio Moretto.

“As lideranças orientaram para votar contra a prisão do Brazão, lançaram suspeição sobre a conclusão do relatório da PF e, apesar disso, há maiorias expressivas apoiando o trabalho da Polícia Federal e a prisão do deputado Brazão”, diz.

Entre os presentes no ato em defesa de Bolsonaro, 91% consideram que a suspensão de contas no X/Twitter determinadas pelo STF e pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) configuram censura e apenas 5% disseram que não configura.

Consequentemente, 85% concordam com a decisão de Elon Musk que afirmou que descumpriria decisões do STF e restituiria as contas que foram suspensas, enquanto 7% disseram que discordam dela. 93% são favoráveis ao impeachment do ministro Alexandre de Moraes, diante de 5% contrários.

A pesquisa também questionou qual seria o melhor nome para concorrer à Presidência da República se Jair Bolsonaro não puder ser candidato — ele está inelegível após duas condenações pelo TSE.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), aparece com 54% da preferência dos manifestantes, enquanto a ex-primeira-dama e diretora do PL Mulher, Michelle Bolsonaro, tem 23%, e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o general Braga Neto (PL), 4% cada um.

Aparecem com 3% o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e com 2% os senadores Damares Alves (Republicanos-DF) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

No ato da avenida Paulista, em São Paulo, em 25 de fevereiro, Tarcísio de Freitas havia aparecido com 61%, Michelle Bolsonaro, 19%, e Romeu Zema (Novo), 7%.

Quanto à eleição municipal no Rio, 63% defendem que Jair Bolsonaro deve apoiar o deputado federal Alexandre Ramagem (PL), envolvido na investigação sobre espionagem durante o governo passado. Ele é seguido pelo deputado federal Otoni de Paula (MDB), 5%, pelo atual prefeito pelo deputado estadual Eduardo Paes (PSD) e pelo deputado estadual Rodrigo Amorim (PRD), 2%.

Dos presentes na manifestação, 51% eram mulheres, e 49%, homens. Quanto à idade, 69% tinham 45 anos ou mais, 25%, entre 25 e 44 e 6%, entre 16 e 24 anos.

Brancos representavam 51%, e negros (pretos e pardos), 44%. Vivem em famílias que recebem até dois salários mínimos mensais 18% dos presentes, entre 2 e 5 salários representam 38%, entre 5 e 10, 25%, entre 10 e 20, 11%, e mais de 20 salários mínimos, 5%.

Do total, 66% dizem ter ensino superior, 28% médio, e 7%, fundamental. E 38% se dizem católicos, 33% evangélicos, 12% espíritas e kardecistas

A única estimativa com metodologia que veio a público até agora é a do Monitor do Debate Político no Meio Digital da Universidade de São Paulo. Ela apontou 32.750 mil pessoas na manifestação às 12h, seu horário de pico.

A contagem de cabeças foi baseada em fotos aéreas de alta resolução que cobriram a extensão da avenida, tiradas entre 10h e 12h30, e processadas com a ajuda de um software especial para esse fim.

Com informações do UOL.

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