Metalúrgicos da GM em S. José dos Campos aprovam greve a partir de amanhã até reintegração de demitidos por telegramas

Os trabalhadores da General Motors (GM) aprovaram greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira depois de assembleias realizadas diante do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. A paralisação foi aprovada neste domingo. Além dos trabalhadores de São José dos Campos, a greve foi aprovada nas unidades da GM em Mogi…

Os trabalhadores da General Motors (GM) aprovaram greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira depois de assembleias realizadas diante do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região. A paralisação foi aprovada neste domingo. Além dos trabalhadores de São José dos Campos, a greve foi aprovada nas unidades da GM em Mogi das Cruzes e São Caetano do Sul.

A paralisação ocorre após as demissões anunciadas por telegramas nas três unidades anunciadas no sábado. A categoria reivindica o cancelamento dos cortes e reintegração de todos os funcionários.

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, diversos funcionários receberam telegramas e e-mails comunicando a decisão, sem negociação prévia com os representantes dos trabalhadores.

Não foi informado o total de demissões. Em nota, o sindicato destacou que, em São José dos Campos, a GM tem um acordo de lay off firmado em junho, que garante estabilidade no emprego para todos da fábrica, até maio de 2024.

Por esse acordo, cerca de 1.200 operários da planta ainda deveriam ter estabilidade no emprego durante a vigência da suspensão de contratos. A entidade sindical afirma que a GM de São José dos Campos tem 4 mil trabalhadores.

“O acordo, portanto, foi quebrado e as demissões foram feitas sem qualquer negociação prévia com o Sindicato, contrariando legislação que exige essa medida em caso de cortes em massa”, destaca a entidade, em nota.

Em nota, a montadora havia informado que precisou “adequar seu quadro de empregados” e acrescenta que a medida foi tomada após várias tentativas de readequar a produção, incluindo lay off, férias coletivas, days off e proposta de um programa de desligamento voluntário.

“Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro”, disse a GM, no comunicado.

De acordo com o Sindicato, haverá uma assembleia unificada na porta da GM, a partir das 5h30 desta segunda-feira, com trabalhadores dos três turnos.

“Não vamos tolerar nenhuma demissão sequer. Vamos exigir dos governos federal e estadual medidas imediatas pelo cancelamento das demissões”, afirmou o vice-presidente do Sindicato, Valmir Mariano, em nota.

Além das unidades de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes, a montadora tem fábricas também em Gravataí, no Rio Grande do Sul, e em Joinville, em Santa Catarina. No último balanço financeiro, a GM reportou a venda de 78 mil veículos no Brasil, entre abril e junho – alta de 18,18% em relação ao mesmo período do ano passado.

As vendas nos EUA também cresceram no segundo trimestre, com alta de 19%, de 582 mil para 692 mil. Globalmente, a GM teve lucro de US$ 2,56 bilhões no período, ante resultado de US$ 1,69 bilhão nos mesmos meses de 2022.

A apresentação do balanço, no entanto, veio com um indicativo de que a empresa trabalharia para ampliar o corte de custos. O objetivo é reduzir US$ 3 bilhões em despesas durante o próximo ano. Na previsão anterior, o montante era de US$ 2 bilhões.

Nos Estados Unidos, a montadora tem enfrentado, junto com Ford e Stellantis, uma onda de greves sem precendentes, que começou em setembro. Os sindicalistas pedem melhorias salariais. No Brasil, o setor tem recorrido, desde o início de ano, a paralisações, lay offs e férias coletivas para lidar com estoques altos e desaquecimento das vendas.

Com informações de O Globo.

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