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Lewandowski deve deixar Ministério da Justiça no início de 2026

Ministro avalia missão cumprida após dois anos no cargo, mas Lula tenta convencê-lo a permanecer por mais tempo

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, deve deixar o governo federal nas primeiras semanas de 2026, segundo Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. O assunto já foi tratado diretamente entre o ministro e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora a data exata da saída ainda não esteja definida.

De acordo com integrantes do governo ouvidos pela coluna, Lula gostaria que Lewandowski permanecesse no cargo por mais tempo, inclusive para ajudar na escolha de um sucessor considerado à altura. Apesar disso, o ministro estaria inclinado a encerrar o ciclo à frente da pasta após cerca de dois anos de gestão, com a avaliação de que cumpriu as principais missões a que se propôs.

Prestígio mantido no Planalto

Mesmo com a possibilidade de saída, Lewandowski segue prestigiado pelo presidente. Auxiliares relatam que não há qualquer desgaste político envolvido e que a eventual decisão estaria ligada mais a uma avaliação pessoal do ministro do que a pressões internas ou externas.

Desde que assumiu o comando do Ministério da Justiça, Lewandowski passou a imprimir uma marca própria à área de segurança pública, tema historicamente sensível para governos de esquerda. Na avaliação de membros do Executivo, ele conseguiu estruturar um projeto amplo de combate ao crime organizado, algo que não existia de forma sistematizada em gestões anteriores.

Medidas contra o crime organizado

Entre as principais iniciativas da atual gestão estão a apresentação da PEC da Segurança Pública e a elaboração do chamado PL Antifacção, que endurece o enfrentamento a organizações criminosas. O ministério também propôs o aumento de penas para crimes ambientais, retomou processos de demarcação de terras indígenas e firmou 12 acordos internacionais voltados ao combate ao crime transnacional.

Essas ações, segundo aliados, reforçaram a imagem de Lewandowski como um ministro técnico e institucional, capaz de dialogar com diferentes setores do sistema de Justiça e da segurança pública.

Sinalização pública de saída

A possibilidade de deixar o governo antes mesmo da reforma ministerial prevista para abril já havia sido sinalizada pelo próprio Lewandowski em entrevista ao Valor Econômico, publicada no dia 22. Na ocasião, ele declarou apoio à divisão do atual ministério em duas pastas distintas — Justiça e Segurança Pública.

Questionado sobre qual delas assumiria, respondeu em tom bem-humorado: “Vou ser ministro dos meus netos”, frase interpretada nos bastidores como um indicativo de que já planeja se afastar da Esplanada.

Caso a saída se confirme, caberá a Lula decidir se mantém a atual estrutura do ministério ou se promove mudanças mais amplas na área de segurança, um dos principais desafios do governo para os próximos anos.

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