O Partido Nacional de Honduras reconheceu ontem à noite (30) a derrota nas eleições presidenciais e cumprimentou a esquerdista Xiomara Castro, vitoriosa no pleito. Com 52% das urnas apuradas, a candidata do Libre (Partido Liberdade e Refundação) está 20 pontos percentuais à frente do governista Nasry Asfura.
“Hoje se vê o clima de paz e tranquilidade que existe no país, embora o Partido Nacional não tenha sido eleito para encabeçar o governo”, disse à rádio América, uma das mais tradicionais do país, o secretário do comitê central da legenda, Kilvett Bertrand. “Desejamos o melhor aos vencedores das eleições.”
Horas depois, o próprio Asfura reconheceu a derrota e parabenizou a rival, em discurso transmitido pela TV. Comunicado assinado pelo presidente da legenda disse que o grupo agora assumirá o papel de oposição construtiva.
Segundo os delegados da União Europeia, o Partido Nacional, legenda do atual presidente, Juan Orlando Hernández, usou recursos do Estado na campanha. “A mídia estatal favoreceu visivelmente o partido no poder e seu candidato presidencial”, afirmou a chefe da missão, Zeljana Zovko, que destacou também o aumento da distribuição de recursos em programas sociais.
Esposa de Manuel Zelaya, deposto por um golpe de estado em 2008, Xiomara será a primeira mulher a governar.
A chegada dela ao poder, com promessas de conciliação, encerrará a hegemonia de 12 anos do Partido Nacional. O direitista Hernández termina seu segundo mandato envolvido em em denúncias de tráfico de drogas nos Estados Unidos – ele nega qualquer irregularidade.
O Libre também conquistou neste pleito as prefeituras das duas maiores cidades do país, a capital Tegucigalpa e San Pedro Sula.
A equipe de Xiomara já está preparando a transição de governo, e uma das primeiras ações deve ser tentar negociar um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para reduzir o pagamento da dívida com o órgão, informou nesta terça Hugo Noe, um dos chefes da campanha da esquerdista.
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