Em “modo gestos”, Eduardo Paes deseja que Rodrigo Bacellar indique um novo nome do União Brasil para o secretariado

Se a ideia prosperar, o presidente da Alerj passaria a ser o avalista da indicação

RICARDO BRUNO

O prefeito Eduardo Paes tomou nos últimos dias uma série de iniciativas para sinalizar a potenciais aliados o desejo de integração com a chamada “política” fluminense. Quer despertar a confiança de algumas raposas partidárias numa futura negociação e desfazer a ideia de que trabalha com um grupo restrito de colaboradores – todos de seu próprio partido, o PSD.

De modo deliberado, opera em “modo gestos”. A expressão pode ser traduzida pela decisão de abrir espaços na administração a partidos ou lideranças estratégicas sem exigir nada em troca. Antes de qualquer negociação objetiva, deseja patentear boa vontade na divisão de espaços na estrutura da prefeitura.

É desta forma, por exemplo, que continua tentando seduzir o União Brasil. Depois de deslocar Patrick Correa da secretaria de Habitação para a presidência da Riotur, num movimento determinado pela reconquista do Republicanos, o prefeito deflagrou nova investida: fez chegar aos ouvidos do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, a disposição de entregar ao partido uma outra pasta, agora por indicação direta do mandachuva da sigla no Rio. Se prosperar, Bacellar passaria a ser o avalista do novo nome do União no secretariado.

DUPLA PATERNIDADE

A nomeação de Patrick Correa na Riotur não foi um gesto apenas na direção do presidente nacional da sigla, Antônio Rueda. Agradou também ao presidente do PP fluminense, Dr. Luizinho, de quem Patrick é amigo pessoal. O movimento, de certo modo, contempla a um só tempo o União e o Progressistas.

Esse não foi o único aceno ao PP. Em Nova Iguaçu, base eleitoral de Luizinho, Paes entregou a direção do PSD ao líder do Progressistas em arranjo com o prefeito Rogério Lisboa. O objetivo é vitaminar a nominata de vereadores que apoia o candidato Dudu Reina.

O XADREZ PARA A ESCOLHA DO VICE

No tabuleiro de peças para escolher o vice, Eduardo Paes deve fazer nos próximos meses outros movimentos estratégicos. Em junho, prazo de desincompatibilização de aspirantes a vice, vai exonerar Guilherme Schleder, da secretaria de Esportes, e Eduardo Cavaliere, da Casa Civil. Eles reassumem o mandato na Alerj à espera de uma definição do prefeito, que continua propenso a indicar para o cargo o deputado Pedro Paulo, mas deseja contar com outras possibilidades no momento da escolha, entre as quais Schleder, Cavaliere e o presidente da Câmara, Carlo Caiado.

UM ACENO PARA CAIADO

Eduardo Paes deseja também fazer um “aceno” eloquente na direção de Caiado, que tem demonstrado absoluta lealdade política na presidência do parlamento municipal. A ideia seria nomear o deputado Cláudio Caiado, irmão de Carlo, numa secretaria. A proposição ainda não avançou porque Cláudio e Paes não conseguiram se acertar quanto a Pasta a ser negociada. Por enquanto, o irmão do presidente da Câmara continua na Alerj.

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