Divisão da esquerda no Rio e no Ceará leva o PT a buscar alternativas à ameaça  bolsonarista

247 – Em dois estados cruciais para a eleição presidencial, Rio de Janeiro e Ceará, ambos com forte presença do bolsonarismo, há uma crise no campo progressista.  No Rio, a aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) ficou ameaçada depois que o PSB decidiu lançar…

247 – Em dois estados cruciais para a eleição presidencial, Rio de Janeiro e Ceará, ambos com forte presença do bolsonarismo, há uma crise no campo progressista. 

No Rio, a aliança entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, e o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) ficou ameaçada depois que o PSB decidiu lançar o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) ao Senado, quebrando um acordo com o PT, que tem como pré-candidato o presidente da Assembleia Legislativa, André Ceciliano. 

Em resposta, o PT decidiu convidar o prefeito Eduardo Paes, do PSD, para coordenar a campanha de Lula no estado. 

No Ceará, a aliança de 16 anos entre PT e PDT foi quebrada, depois que a ala cirista do PDT aprovou o nome de Roberto Cláudio, ex-prefeito de Fortaleza, para disputar o governo estadual, preterindo a atual governadora Izolda Cela, que teria o apoio dos petistas. 

Com tal divisão, quem se fortalece no Ceará é o bolsonarista Capitão Wagner, assim como, no Rio, o governador Claudio Castro.

Diante deste cenário, uma ala importante do Partido dos Trabalhadores avalia que a candidatura de Marcelo Freixo, com perfil mais à esquerda e mais identificada com pautas de costumes, dificulta o crescimento de Lula no Rio de Janeiro, estado com forte presença evangélica, onde a diferença entre Lula e Jair Bolsonaro já foi maior e vem se estreitando perigosamente. 

Por isso mesmo, há uma defesa cada vez maior da aliança com Rodrigo Neves, do PDT, e Felipe Santa Cruz, do PSD, com apoio do prefeito Eduardo Paes, para uma candidatura mais ao centro. 

O que estes setores avaliam é que o Rio será decisivo na disputa presidencial e que a questão não se resume a colocar André Ceciliano como candidato ao Senado, mas sim derrotar o bolsonarismo no estado onde esta força se criou.

Há também o sonho de costura de um acordo muito difícil, mas não impossível, que envolveria a saída de Ciro Gomes da disputa presidencial, numa aliança para que o PDT fique com dois estados importantes: Ceará e Rio de Janeiro. 

Caso se construa este acordo, o PT apoiaria o PDT nesses dois estados, deixando de lançar candidatura própria no Ceará e apoiando Rodrigo Neves no Rio, opção em que Freixo disputaria o Senado. Com isso, avalia-se que seria possível resolver a eleição nacional no primeiro turno e derrotar o bolsonarismo no Rio e no Ceará.

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