O Natal, principal data comemorativa para o comércio, deve movimentar o varejo brasileiro em 2025, mas com o consumidor mais atento aos preços. Um levantamento do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDLRio), em parceria com o SindilojasRio, indica que o valor médio gasto por pessoa com presentes deve variar entre R$ 170 e R$ 240, segundo a maioria dos lojistas entrevistados.

O cartão de crédito segue como principal meio de pagamento, seguido por débito, Pix e dinheiro. Mesmo com orçamento mais controlado, a expectativa do setor é de crescimento de cerca de 5% nas vendas, impulsionado, sobretudo, pelas compras concentradas nos dias que antecedem o Natal, principalmente a véspera, no dia 24.

Para estimular as vendas, os comerciantes apostam em estratégias como descontos para pagamentos à vista, criação de kits promocionais, vitrines temáticas, renovação de estoque e até o uso de inteligência artificial para definir ações de marketing e precificação.

“No contexto de atrair cada vez mais clientes, o comércio vem tomando iniciativas para chegar mais próximo dos consumidores através de medidas como promoções, concessão de descontos, vitrines chamativas, melhorias no atendimento, uso da IA na gestão e uma equipe de vendedores capaz para atender o público e despertar interesses por produtos”, enumera Aldo Gonçalves, presidente do CDLRio e do SindilojasRio.

Entre os produtos mais procurados estão roupas, calçados, brinquedos, bolsas, acessórios, celulares, itens de perfumaria e bijuterias, segundo 85% dos lojistas ouvidos. Ao todo, a pesquisa ouviu 250 comerciantes da capital fluminense.

No país

Em nível nacional, estudo da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil aponta que 124,3 milhões de brasileiros devem ir às compras neste Natal, movimentando aproximadamente R$ 84,9 bilhões.

O Pix aparece como a forma de pagamento mais utilizada, seguido pelo cartão de crédito parcelado. Entre quem pretende dividir o valor das compras, a média é de 4,8 parcelas, com pagamentos se estendendo até abril ou maio de 2026.

A pesquisa também revela que 82% dos consumidores pretendem pesquisar preços antes de comprar, principalmente pela internet, embora as lojas físicas sigam como o canal preferido da maioria.

Preços voltam a subir, aponta FGV

Dados do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE) mostram que a cesta de presentes de Natal registrou alta média de 1,41% em 2025, encerrando um período de dois anos de inflação muito baixa para esses itens.

O aumento foi puxado, principalmente, pelo vestuário, que apresentou elevação de 1,83%, com destaque para roupas masculinas, que subiram 3,12%, e femininas, com alta de 1,34%.

Já o grupo de eletrônicos manteve trajetória de queda nos preços, embora de forma menos intensa do que no ano passado. O segmento recuou 1,29%, com destaque para os celulares, que ficaram 1,82% mais baratos. Entre os itens infantis, o comportamento foi misto, com forte queda nos preços de calçados, que registraram recuo de 6,16%.

Segundo o pesquisador do FGV IBRE Matheus Dias, a alta na cesta de presentes reflete um cenário econômico mais aquecido.

“O movimento reflete um consumo mais aquecido em 2025, em linha com o mercado de trabalho forte, o que pode ter influenciado na retomada mais acelerada de bens de consumo semiduráveis”

Matheus Dias, economista da FGV

Consumidor compra mais, mas gasta menos

Outro levantamento, realizado pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), mostra que 62,1% dos consumidores da Região Metropolitana do Rio pretendem comprar presentes neste Natal, percentual ligeiramente superior ao do ano passado. Roupas, calçados e acessórios lideram as preferências, seguidos por brinquedos e lembrancinhas.

Apesar disso, o gasto médio caiu em relação a 2024. A estimativa para este ano é de R$ 293 por consumidor, contra R$ 312 no ano anterior. A movimentação financeira também deve ser menor, o que pode estar ligado à antecipação das compras durante a Black Friday.

Veja dicas de presentes de Natal para aliviar o bolso

1 – Roupas básicas

Camisetas, pijamas e peças simples seguem entre os itens mais procurados no Natal. Preço médio: entre R$ 50 e R$ 120.

2 – Acessórios

Cintos, carteiras, lenços, bijuterias e óculos de sol costumam agradar e cabem no orçamento. Preço médio: de R$ 30 a R$ 100.

3 – Kits de beleza ou perfumaria

Kits com sabonetes, cremes ou perfumes menores aparecem com frequência em promoções. Preço médio: entre R$ 60 e R$ 150.

4 – Brinquedos educativos

Jogos de montar, quebra-cabeças e livros infantis estão entre as escolhas mais comuns para crianças. Preço médio: de R$ 40 a R$ 130.

5 – Canecas e itens personalizados

Canecas, camisetas e quadros personalizados recalam valor afetivo sem alto custo. Preço médio: entre R$ 25 e R$ 80.

6 – Livros

Títulos de bolso, infantis ou best-sellers em promoção são opções clássicas. Preço médio: de R$ 35 a R$ 100.

7 – Chocolates e doces artesanais

Panetones, caixas de bombons e doces artesanais seguem fortes no período natalino. Preço médio: entre R$ 30 e R$ 120.

8 – Itens de papelaria criativa

Planners, agendas, cadernos e kits de escrita são práticos e versáteis.
Preço médio: de R$ 25 a R$ 90.

9 – Plantas pequenas ou suculentas

Alternativa sustentável e durável, ideal para presentear adultos.
Preço médio: entre R$ 20 e R$ 70.

10 – Lembrancinhas artesanais ou feitas à mão

Velas, sabonetes, kits simples ou presentes personalizados em casa ajudam a economizar. Preço médio: de R$ 15 a R$ 60.