O Brasil enfrenta um cenário preocupante de incêndios florestais, com o recorde histórico de mais de 17 mil focos de queimadas registrados entre janeiro e abril de 2024. Esse número representa um aumento de 81% em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a Amazônia concentra mais da metade dos incêndios, com 8.977 registros. Esse número também representa um salto de 153%, em comparação com 2023. Entre os estados amazônicos, Roraima lidera o triste ranking, com 4.609 focos de queimadas, seguido por Mato Grosso (4.131), Pará (1.058) e Maranhão (809).
O cerrado, outro bioma crucial para o equilíbrio ecológico do país, também não escapa da devastação, com 4.575 incêndios registrados no período, um aumento de 43% em relação a 2023.
Apesar dos esforços do governo Lula em reduzir o desmatamento na Amazônia em seu primeiro ano de mandato, a situação dos incêndios florestais exige atenção redobrada. Diversos fatores contribuem para esse cenário, como as mudanças climáticas, que intensificam as secas, e o El Niño, que em 2023 provocou estiagens prolongadas em diversas áreas da Amazônia.
O Observatório do Clima, rede de entidades socioambientais, alerta para o início da estação seca na Amazônia, no cerrado e no Pantanal, o que pode agravar ainda mais a situação. A entidade também ressalta que os impactos da seca extrema de 2023 ainda se fazem sentir, e que a estação chuvosa do ano passado não foi suficiente para prevenir os incêndios.
Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, reforça a necessidade de medidas urgentes e amplas de prevenção e controle por parte do governo, incluindo a resolução da greve em órgãos ambientais como o Ibama
O recorde anterior de queimadas no Brasil para o período de janeiro a abril era de 2003, com 16.888 focos.
A maior parte dos incêndios florestais no Brasil é causada por atividades humanas, como desmatamento para atividades agropecuárias e grilagem de terras.
Com informações da Folha de S.Paulo