O ex-ministro dos governos Lula e Dilma Rousseff, Aldo Rebelo, confirmou nesta segunda-feira (29) que será candidato à Presidência da República nas eleições do próximo ano. A candidatura será lançada pelo partido Democracia Cristã (DC), legenda de menor expressão no cenário nacional.
A confirmação foi feita em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo. Na conversa, Rebelo afirmou que sua plataforma terá como eixos principais a retomada do crescimento econômico, a redução das desigualdades sociais, a revalorização da democracia e a reconstrução da agenda de defesa nacional.
A informação já havia sido antecipada no início do mês pelo colunista Lauro Jardim, do GLOBO. Para disputar o Planalto, Rebelo deixou o MDB e se filiou ao DC, partido presidido pelo ex-deputado federal João Caldas.
Mudança de partido e desempenho nas pesquisas
O nome de Aldo Rebelo apareceu na pesquisa Genial/Quaest divulgada em dezembro, na qual registrou entre 1% e 2% das intenções de voto, a depender do cenário estimulado apresentado aos entrevistados.
Ex-aliado histórico do PT, Rebelo deixou o PCdoB em 2017 e, desde então, passou por PSB, Solidariedade, PDT e MDB. Nos últimos anos, o ex-ministro optou por se afastar da esquerda e se aproximar de pautas associadas ao bolsonarismo.
Essa guinada política tem marcado suas declarações públicas, especialmente em temas ligados ao Judiciário, à agenda ambiental e à política institucional.
Trajetória nos governos petistas
Durante o primeiro mandato do presidente Lula, entre 2004 e 2005, Aldo Rebelo ocupou o cargo de ministro-chefe da Secretaria de Coordenação Política e Assuntos Institucionais.
Já no governo Dilma Rousseff, retornou ao Executivo federal e comandou três ministérios ao longo de seis anos: Esporte, Ciência e Tecnologia e Defesa. Em 2024, também integrou a gestão municipal de São Paulo, atuando como secretário de Relações Internacionais na administração do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
A passagem por diferentes áreas do governo é frequentemente citada por Rebelo como prova de sua experiência administrativa e política.
Críticas ao STF e à agenda ambiental
Na entrevista ao Estado de S. Paulo, Rebelo afirmou que o presidente Lula seria “refém” do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele também fez duras críticas a órgãos ligados ao meio ambiente e à política indigenista, como o Ibama e a Funai.
Segundo o ex-ministro, essas instituições “imobilizam” o desenvolvimento nacional ao impor restrições às fronteiras da agroindústria, da produção de energia e da exploração mineral.
O discurso ambiental, mais alinhado ao setor produtivo, tem sido um dos principais pontos de diferenciação de sua pré-candidatura.
Defesa de anistia a Bolsonaro
Aldo Rebelo também declarou apoio à anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e para todos os envolvidos na tentativa de golpe investigada após as eleições de 2022.
Para ele, a medida seria necessária para a pacificação nacional. “Como é que você pacifica um país? É esquecendo. Se quiser pacificar, é para anistiar todo mundo”, afirmou, acrescentando que o país deveria concentrar esforços no futuro, e não em disputas do passado.
Com esse discurso, Rebelo busca se consolidar como uma alternativa fora do eixo tradicional entre lulismo e bolsonarismo, mirando um eleitorado conservador e crítico às instituições atuais.





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