O Rio não pode cair nas mãos da organização criminosa que se infiltrou na Abin

 Há enorme risco de se reproduzir no processo eleitoral carioca as tais práticas próprias de uma organização criminosa denunciadas pelo ministro Alexandre de Moraes no caso Abin.

RICARDO BRUNO

A operação da Polícia Federal contra o vereador Carlos Bolsonaro para deslindar as suas relações subterrâneas com o ex-chefe da Abin delegado Alexandre Ramagem mostra que a dupla agia nos desvãos e sombras da estrutura oficial da agência – em parceria criminosa para atender a maquinações e caprichos particulares.

As informações em poder do STF, que embasaram a decisão do ministro Alexandre de Moraes de autorizar a busca e apreensão contra ambos, são graves e indicam a utilização do aparato oficial de inteligência em favor da família, numa subversão absoluta dos valores republicanos.

“Os elementos de prova colhidos até o momento indicam que a organização criminosa infiltrada na ABIN também se valeu de métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras”, enfatizou o ministro, em manifestação que contribuiu para se formar convicção sobre a gravidade do caso.

À sorrelfa, fez-se da Abin uma agência de bisbilhotagem particular a serviço de Jair Bolsonaro. Invadiu-se a privacidade de alvos determinados não pela Justiça mas por critérios enviesados, pessoais e inconfessáveis. A gestapo bolsonariana usava a estrutura do Estado contra os adversários políticos da família. Nesta escalada de sandices, prevaleceram os   interesses mais subalternos do clã que governava o país em desfavor do estado democrático de direito.

As recentes operações de busca e apreensão evidenciaram que Carluxo e Ramagem estavam mancomunados em ação pérfida e ilegal. A mesma dupla, quiçá com os mesmos métodos, tenta agora interferir na disputa pela Prefeitura do Rio. Um é o candidato e o outro, o bruxo responsável pela máquina de mentiras ardilosamente preparada para destruir reputações via redes sociais   Há enorme risco de se reproduzir no processo eleitoral carioca as tais práticas próprias de uma organização criminosa denunciadas pelo ministro Alexandre de Moraes no caso Abin.

Com o aval de Valdemar da Costa Neto, o filho 02 do ex-presidente capturou o diretório municipal do PL no Rio, deslocando do comando a fórceps o vice-prefeito, Nilton Caldeira, figura histórica da legenda, um dos seus fundadores.  O movimento visa a dar curso ao projeto de poder arquitetado por Carlos em favor do seu parceiro em empreitadas escusas nos porões da Abin.

Desnudado pela própria instituição onde fez carreira, o delegado Ramagem perdeu credibilidade e condições morais para participar do pleito. O Rio não pode cair nas mãos do grupo  – ou “ organização criminosa”, nas palavras de Alexandre de Moraes – que agia à socapa infiltrado nos subterrâneos da  Agência Brasileira de Inteligência.

Alguns parceiros tradicionais do PL já debandaram, caso do PP, comandado pelo deputado Dr. Luizinho, que anunciou candidatura própria num movimento que visa a se desvincular da aventura criada por Carluxo e protagonizada pelo ex-chefe da Abin. O movimento deve ser o início da debacle definitiva de uma candidatura natimorta por ausência absoluta de forças morais a sustentá-la.

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