Farmacêuticos divulgam alerta sobre uso indiscriminado de antibióticos no Brasil

Especialistas alertam que cada vez que antibióticos são utilizados de forma inadequada, as bactérias se tornam mais resistentes

O aumento no uso indiscriminado de antibióticos no Brasil despertou a atenção dos farmacêuticos, que agora lançam um alerta à população. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) identificou o que descreve como uma “epidemia silenciosa”, refletida no crescente consumo de antimicrobianos, medicamentos destinados a erradicar organismos vivos, tais como vírus, bactérias, fungos e parasitas. Entre estes, destaca-se o bactericida, utilizado no combate específico às bactérias, uma classe de antibióticos.

De acordo com dados do CFF, em colaboração com uma consultoria internacional, a venda de aproximadamente 170 milhões de unidades de antimicrobianos foi registrada em 2019, um número que tem crescido consistentemente. Em 2022, esse número saltou para 228 milhões de unidades. Embora em 2023 tenha havido uma leve redução, os números ainda permanecem muito acima dos anos anteriores.

Este aumento alarmante coincide com a pandemia de Covid-19. O CFF adverte que a escalada na automedicação durante esse período tem causado efeitos graves a longo prazo.

“Walter Jorge João, presidente do Conselho Federal de Farmácia, enfatiza a necessidade de precaução no uso adequado dos antibióticos e a importância de seguir estritamente as prescrições médicas. O uso inadequado, seja pela dosagem incorreta, interrupção prematura do tratamento ou desrespeito aos horários estabelecidos, apenas contribui para o desenvolvimento de bactérias resistentes”, afirma.

O uso indiscriminado de antibióticos tem sido motivo de preocupação em todo o mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), pacientes hospitalizados em 87 países apresentaram altas taxas de resistência a tratamentos para bactérias que causam infecções sanguíneas.

Especialistas alertam que cada vez que antibióticos são utilizados de forma inadequada, as bactérias se tornam mais resistentes.

“É o surgimento das chamadas superbactérias. Cada vez que um antibiótico é administrado, ele não discrimina qual bactéria deve ser eliminada. Agindo sobre todas as bactérias do corpo, estas vão gradativamente desenvolvendo resistência. As bactérias suscetíveis são eliminadas, enquanto as resistentes permanecem. Quando realmente precisamos dos antibióticos, sobraram apenas aquelas que já se tornaram resistentes”, explica o infectologista Alexandre Cunha.

Com informações do Jornal Nacional-

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