As novas medidas restritivas adotadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação à entrada de cidadãos estrangeiros no país já começam a produzir efeitos colaterais sobre a Copa do Mundo do ano que vem. As decisões elevaram o número de jogos do torneio que podem ser disputados com torcedores de apenas um dos países envolvidos, principalmente na fase de grupos.
O impacto decorre do endurecimento das regras de entrada para cidadãos de determinadas nacionalidades, o que dificulta ou impede a presença de torcedores nos estádios dos EUA, ainda que as seleções estejam regularmente classificadas para o torneio.
Lista de países sob restrição
Nos últimos dias, cidadãos de Senegal e Costa do Marfim passaram a integrar a lista de restrições parciais imposta pelo governo estadunidense. Isso significa que a entrada de viajantes desses países foi ainda mais endurecida, embora não haja uma proibição total.
As duas seleções africanas têm jogos marcados em solo estadunidense durante a fase de grupos. Senegal enfrentará Noruega e França, enquanto Costa do Marfim jogará contra Equador e Curaçao. Caso as restrições sejam mantidas, a tendência é que torcedores desses países encontrem grande dificuldade para acompanhar suas seleções nos estádios.
Além das restrições parciais, há também países com bloqueio total de entrada nos Estados Unidos. É o caso de Irã e Haiti, ambos classificados para a Copa e incluídos no rol de nações cujos cidadãos não podem ingressar no país.
Partidas com maior impacto
Irã e Haiti disputarão todos os seus três jogos da fase de grupos no território dos EUA. No caso dos haitianos, a situação chama ainda mais atenção porque a seleção enfrentará o Brasil na segunda rodada do Grupo C, em uma partida que tende a atrair grande público.
Até o momento, dez jogos da fase de grupos são diretamente afetados pelas medidas migratórias. Esse número pode aumentar caso as seleções avancem às fases seguintes, novas restrições sejam anunciadas ou outros países entrem na lista do governo dos EUA. Por outro lado, o total pode diminuir se houver revisão das decisões atuais.
Garantia para atletas, incerteza para torcedores
O governo dos Estados Unidos afirma que atletas e delegações envolvidas em grandes eventos esportivos terão entrada garantida no país, o que inclui a Copa do Mundo. A segurança jurídica, porém, não se estende aos torcedores, que seguem sujeitos às regras migratórias vigentes.
A possibilidade de arquibancadas ocupadas majoritariamente por torcedores de apenas um dos lados preocupa organizadores e autoridades do futebol, já que a atmosfera multicultural é um dos principais símbolos do Mundial.
Jogos afetados pelas medidas até agora
13/6 – Haiti x Escócia – Boston
14/6 – Costa do Marfim x Equador – Filadélfia
15/6 – Irã x Nova Zelândia – Los Angeles
16/6 – Senegal x França – Nova Jersey
19/6 – Haiti x Brasil – Filadélfia
21/6 – Irã x Bélgica – Los Angeles
22/6 – Senegal x Noruega – Nova Jersey
24/6 – Haiti x Marrocos – Atlanta
25/6 – Costa do Marfim x Curaçao – Filadélfia
27/6 – Irã x Egito – Seattle
Com o calendário avançando e as políticas migratórias ainda em revisão, dirigentes esportivos acompanham de perto os desdobramentos, atentos ao impacto que decisões diplomáticas podem ter dentro de campo — e, sobretudo, fora dele, nas arquibancadas.





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